Marcos Chagas
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Opresidente do Senado, Garibaldi Alves Filho (PMDB-RN), fez hoje (3)um apelo aos líderes do DEM e do PSDB, José AgripinoMaia (RN) e Arthur Virgílio (AM), respectivamente, para quedeixassem para terça-feira (8) a leitura do requerimento deinstalação da Comissão Parlamentar de Inquérito(CPI) do Senado destinada a investigar gastos do governo com cartõescorporativos.Inconformados com o resultado da votaçãode hoje na comissão parlamentar mista de inquérito queinvestiga o assunto, que aprovou apenas um dos 34 requerimentos deconvocação, os líderes da oposiçãosolicitaram a leitura do requerimento de instalação daCPI exclusiva da Casa.Garibaldi Alves Filho convocou umareunião para terça-feira com todos os líderespara discutir uma agenda de trabalho que permita ao Senado sair dacrise em que se encontra. Essa situação foi abordada hoje por vários senadores.Ao ver sua propostainicialmente rejeitada pela oposição, Garibaldiquestionou: "Será que não tenho autoridade? Será,pelo amor de Deus, que eu, como presidente desta Casa, nãotenho condições de fazer um apelo para que umrequerimento que está aqui há 40, 50, 60 dias parado,que eu estou dizendo que vai ser lido na terça-feira, doa aquem doer, custe o que custar? Se não for para me atendernesse requerimento, não vamos nos reunir na casa do presidentedo Senado."O primeiro vice-presidente da Casa, TiãoViana (PT-AC), cobrou de Garibaldi Alves Filho que, por forçado regimento interno da Casa, cumpra a ordem da data de apresentaçãodos vários requerimentos pendentes de leitura pela MesaDiretora. "Se tiver mil requerimentos para ler, eu leio, atéchegar ao da CPI", respondeu o presidente do Senado.Adiscussão em torno da crise política no Senado,motivada principalmente pela disputa entre governistas eoposicionistas, começou à tarde, com pronunciamento dosenador Aloizio Mercadante (PT-SP). Ele disse que o momento de criseno sistema financeiro norte-americano, que já contamina partedo sistema europeu, serve "de advertência" para que oCongresso Nacional passasse a trabalhar com uma agenda positiva. Comoexemplos para essa pauta, o senador citou a reforma tributáriae medidas de garantia do desenvolvimento interno. O senadorPedro Simon (PMDB-RS), por sua vez, atribuiu "o momento ruim"enfrentado pela Casa ao descrédito das comissõesparlamentares de inquérito. "A CPI dos CartõesCorporativos, por exemplo, não fica bem [com a rejeiçãode praticamente todos os requerimentos]. O Congresso estácaindo em descrédito total. Hoje é o PT; durante oitoanos, foi o PSDB; ninguém sabe o que será daqui a trêsanos."