Paulo Montoia
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - A mudança de gestão e a instalação de novos equipamentos no Terminal Pesqueiro Público de Santos, o único da cidade e de propriedade do governo federal, ampliou significativamente o volume de pescados recolhidos diariamente neste ano no local e particularmente para as vendas da Semana Santa.De acordo com o gestor Manuel dos Santos Martins, o terminal estava sob gestão terceirizada para uma fundação privada há 14 anos e foi reassumido pelo governo em novembro passado, através da Secretaria Especial de Aquicultura e Pesca (Seap), porque não houve acordo.O terminal possui área total de 26 mil metros quadrados e quatorze funcionários. “Em termos de custos, chega a ser irrisória a diferença de tarifas do nosso terminal em relação aos terminais pagos. O que atraiu é que nos começamos a dar vantagens para o armador”, explica. O terminal federal deixou de cobrar taxa de atracação para os navios que descarregam nele, por exemplo, e também passou aceitar descarregamentos à noite e de madrugada, sob agendamento.Uma das mudanças a destacar, segundo Martins, foi a contratação de mulheres para a seleção dos peixes. “Nós trouxemos mulheres para separar o peixe, que não tinha aqui há 14 anos. E nos outros terminais no Guarujá já eram mulheres. Elas são mais cuidadosas no manuseio e escolhem mais rápido que os homens”, afirma.Segundo o superintendente substituta da Seap no Estado de São Paulo, Diana Gurgel Cavalcanti, com os novos equipamentos e gestão, o terminal federal está atraindo pesqueiros que antes atracavam nos terminais privados do Guarujá. O terminal federal possuía apenas duas esteiras para movimentação das caixas de peixes e recebeu mais quatro, uma delas específica para camarões, além de dois tanques de inox para gelo e dois carros hidráulicos para carga.“O movimento foi muito maior nesta Páscoa. Os equipamentos novos aceleraram o desembarque e isso aumentou a procura dos donos de embarcação para trazer o pescado para este terminal. E conseqüentemente, o volume de caminhões esperando para levar esse peixe também foi muuito grande”, explica Diana.De fevereiro do ano passado para fevereiro deste ano, os descarregamentos de camarões, por exemplo, passaram de 313 toneladas para 5.604 toneladas; os de polvos subiram de 19.934 toneladas para 46.855 toneladas; os de peixes de rede de espera (pescadas, corvina, tainha, entre outros) de 99.951 toneladas para 175.787 toneladas.Com o movimento de Páscoa em março, até o dia 19, o terminal recebeu 104.747 toneladas só de peixes de redes de espera. Os pescados são levados por caminhão para a Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp, federal), mas também diretamente a outros compradores.