Pesquisa mostra que analistas apostam na manutenção dos juros em 11,25%

17/03/2008 - 9h49

Kelly Oliveira
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Os analistas de mercadoesperam que a taxa básica de juros se mantenha em 11,25% napróxima reunião do Comitê de PolíticaMonetária (Copom), em abril, apesar de o colegiado ter informado pelaata da última reunião que analisou a possibilidade defazer “ajuste” na Selic. A projeção dos analistasconsta no boletim Focus, publicação semanal do BancoCentral, elaborada com base em consulta a cem instituiçõesfinanceiras sobre os principais indicadores da economia. Na reunião doCopom, realizada nos dias 4 e 5 deste mês, apesar de tersido considerada a possibilidade de aumentar os juros, prevaleceu oentendimento de que, naquele momento, “o balanço dos riscospara a trajetória prospectiva central da inflaçãojustificaria a manutenção da taxa básica em seupatamar atual”. Entretanto, o comitêinfomrou que poderá "adotar uma postura de políticamonetária diferente, caso venha a se consolidar um cenáriode divergência entre a inflação projetada e atrajetória de metas".O centro da meta deinflação é de 4,5% ao ano. A projeçãodos analistas de mercado para o Índice Geral de Preçosao Consumidor Amplo (IPCA), que serve de parâmetro para ogoverno é de 4,44% ao final de 2008, portanto ainda dentro damargem do centro da meta de 2 pontos percentuais para cima ou parabaixo. A ata do Copom geroudivergências de opinião entre economistas sobre a possibilidade de o Copomaumentar a taxa básica de juros na próxima reunião.Para o economista Newton Rosa, da Sul América Investimentos, o documento mostrou uma posição do colegiado mais conservadora doque as anteriores e indicou a iminênciade alta na taxa básica de juros. “A explicitaçãodessa intenção [de elevar a Selic na últimareunião do Copom] é um sinal claro de que o Copomestá na iminência de elevar os juros”, disse oeconomista. Para o consultor e ex-diretor do Banco Central,Emílio Garofalo, a ata apenas refletiu o que o colegiado estavapensado nos dias da reunião. “Não é um guiapara as decisões futuras. Na próxima reunião, oCopom vai voltar a avaliar os dados de inflação e aeconomia internacional”, avaliou.