Mantega admite agravamento na crise financeira internacional

17/03/2008 - 16h03

Daniel Lima
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O ministro da Fazenda, Guido Mantega, admitiuhoje (17) que houve um agravamento na crise financeira internacional e que se refletiu em todos os mercados nomundo. "As bolsas caíram em todos os lugares, inclusive aqui no Brasil. Aquebra daquele banco Bear Stearns causou uma certa comoção, é o quinto maiorbanco de investimentos americano" disse.Segundo ele, o Federal Reserve (Fed,o banco central norte-americano), tomou medidas que poderão acalmar o mercado, com a redução da taxa de redesconto (cobrada pelo banco central ao emprestar aoutros bancos).Ontem, o Fed anunciou a redução da taxa de redesconto de 3,50% para3,25% ao ano e aprovou socorro de US$ 30 bilhões para o banco JPMorganChase comprar o Bear Stearns, quinto maior banco dos Estados Unidos eque havia anunciado a possibilidade de falência na sexta-feira (14), oque provocou queda generalizada nas bolsas de valores do mundo inteiro.O ministro também disse acreditar que amanhã o Fed anunciará novas medidas para reduzir, desta vez, os juros básicos da economia dos EstadosUnidos. E procurou tranqüilizar os investidores em relação ao Brasil."Nós aqui no Brasil estamos numa situação sólida.Evidentemente, o mercado de renda variável está sendo afetado, é inevitável queisso aconteça. Porém, a economia ainda não sofreu nenhuma conseqüência doagravamento dessa crise. Estamos atentos, vigilantes. E tomaremos as medidas queforem necessárias se isso acontecer", afirmou.Mantega reiterou que a segurança da economia brasileira está nosfundamentos, que disse serem sólidos como nunca estiveram antes. E lembrou que o país tem hoje reservas de quase US$200 billhões, além da confiança internacional."Os analistas internacionais são unânimesem dizer que o Brasil é um porto seguro. O Brasil é hoje o local onde as coisasvão bem. As empresas estão sólidas, os bancos brasileiros estão sólidos, nãoestão envolvidos nessa crise. Portanto, até agora nós estamos resguardados",disse.Para o ministro, por enquanto as conseqüênciasda crise financeira internacional são periféricas, no mercado de renda variável (mercado de ações). Ele disse não ver necessidade de elevação dos juros no Brasil, ao lembrar que as taxas têm baixado. E destacou que apreocupação deve ser com o nível de atividadeda economia em relação ao crédito. "Há um grande problema de crédito e o que deve serfeito é impedir que esse tipo de problema de crédito se espalhe por toda a economia. Isso é tarefa dos bancos centrais americano e europeu. É frear a extensão dacrise, o contágio de todas as economias por essa crise, que se originou nosetor financeiro", disse.