Débora Xavier*
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O presidente doSindicato Nacional dos Funcionários do Banco Central (Sinal),David Falcão, disse hoje (17) que não descarta apossibilidade de greve da categoria. “Estamos mobilizados e aguardando o que será decidido com o pessoal da ReceitaFederal”, afirmou Falcão. Ele disse que haviaum acordo com o governo, segundo o qual o salário médiodos servidores do Banco Central seria equiparado ao dos auditoresfiscais. Para tanto, seriam cumpridas três etapas de reajustes:4% em dezembro de 2007, cerca de 17% em janeiro de 2008, e mais 4% emjaneiro de 2009.“Os reajustes foram discutidos, acordados,assinados e abandonados”, lembrou. De acordo com Falcão, osservidores do Banco Central aguardam, agora, o desfecho dasnegociações do governo com os servidores da Receita,para reavaliar as pretensões salariais da categoria. “Desde 2002, estamosbuscamos uma correspondência com os vencimentos dos auditores.Nas sucessivas reestruturações de plano de carreira,ficamos com defasagem de 35 a 40% – isso, na média. O quequeremos é que, nesse momento de renegociações,seja resolvida essa equiparação.”Funcionáriosdo Ministério da Ciência e Tecnologia tambémaguardam negociações com o governo. A categoria defendereajuste emergencial de 26%. “Queremos esse reajuste e ainda dar prosseguimento às conversações paraimplementação de uma tabela salarial”, disse opresidente do Sindicato dos Servidores Públicos Federais naÁrea de Ciência e Tecnologia, Fernando Morais.Segundo ele, osservidores do ministério estão revoltados com o descasodo governo federal. “Sentimos uma revolta e uma indignaçãomuito grandes em relação ao governo federal e com opresidente Lula. Nas diversas oportunidades em que ele visitou osinstitutos, fez pronunciamentos maravilhosos, dizendo que éinaceitável um pesquisador ou um engenheiro ganhar o queganha.” Enquanto governo e servidores não entram emacordo, o sindicato irá realizar paralisaçõespontuais, com perspectiva de uma greve geral. Amanhã (18) osservidores do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científicoe Tecnológico (CNPq) fazem manifestação emfrente ao Ministério da Ciência e Tecnologia. “Nodia 26, iremos participar de uma marcha junto com entidades nacionaisde todo o serviço publico. Vamos parar em mobilizações,greves pontuais e, depois, em uma greve geral. Se a categoria éimportante que se dê importância a ela”, disse opresidente do sindicato. Morais alerta que os prejuízosà sociedade podem ser maiores do que o esperado. “Vaiprejudicar bolsistas, até os que estão no exterior,prejudica contratos, as cooperações científicasvai prejudicar imediatamente aqueles que fazem exames e tratamentos com os radioisótopos.”