Para presidente da Fiesp, expansão do PIB está atrelada a aumento dos investimentos

12/03/2008 - 19h11

Stênio Ribeiro
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O crescimento de 5,4% da economia, no ano passado, revela que os investimentos no setor produtivo corresponderam a 17,6% do Produto Interno Bruto (PIB, a soma das riquezas produzidas no país) – um aumento de 13,4% em relação aos 16,5% de investimentos em 2006, conforme apontou o presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf.Esse aumento, segundo ele, indica que a sociedade está confiante no futuro e, por isso, os empresários investem mais para atender à demanda crescente: o setor com maior evolução foi o de intermediação financeira, que cresceu 13%, ao passo que setores com maior potencial de geração de emprego tiveram desempenho abaixo do PIB de 2007, como agropecuária (5,3%), serviços (4,7%) e indústria (4,9%)."Quem puxou o desempenho do PIB, na verdade, foi a arrecadação dos impostos indiretos, com excessivos 9,1%. Acima, portanto, do crescimento do setor privado", disse Skaf, ao conclamar os deputados federais e senadores a aprovarem uma reforma tributária que desonere a produção: "É preciso domar a fúria arrecadatória do governo."Já o professor de mercado financeiro Alcides Leite, da Trevisan Escola de Negócios, destacou que "mais animador que o próprio crescimento do PIB é a sua composição". Na avaliação dele, a forte expansão dos investimentos sinaliza que o atual crescimento tem características de sustentabilidade nos próximos anos. Ele destacou que o PIB per capita cresceu 4% em 2007, com R$ 13.515 para cada brasileiro.Os números divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) foram contestados em parte pelo setor da construção civil. Enquanto o IBGE apontou expansão de 5% em 2007, o presidente do Sindicato das Indústrias da Construção (SindusCon) de São Paulo, João Claudio Robusti, sustentou que o crescimento deve se aproximar de 8%, em comparação a 2006. E disse esperar ver a previsão confirmada quando o IBGE recalcular o PIB, no final deste ano.Segundo Robusti, o desempenho da construção deve incorporar dados de pesquisas nacionais que não foram considerados agora, como a Pesquisa Anual da Indústria da Construção, a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios e a pesquisa sobre Economia Informal Urbana, além de informações da Declaração do Imposto de Renda da Pessoa Jurídica à Receita Federal do Brasil. Esse novo cálculo deverá incorporar, ainda, novos indicadores da construção, como serviços não-típicos (projetos, topografia, terraplenagem e outros).A projeção do SindusCon/SP, acrescentou, é de crescimento maior neste ano: pelos últimos dados disponíveis, o emprego no setor teve aumento de 13,3% em 2007, a indústria de materiais de construção cresceu 10,1% e o comércio desses insumos , 9,5%. Além disso, afirmou, na comparação entre o quarto trimestre de 2007 e igual período de 2006, a construção cresceu 6,2%."Estamos prevendo crescimento de 10,2% em relação a 2007, em grande parte devido à expansão da infra-estrutura, com as obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), e também por conta de novo aumento na produção e na comercialização de imóveis, motivados pelo incremento do financiamento imobiliário", afirmou Skaf.