Para economista da FGV, taxa de crescimento pode se repetir neste ano

12/03/2008 - 19h56

Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - O coordenador de Análises Econômicas do Instituto Brasileiro de Economia, da Fundação Getulio Vargas (FGV), Salomão Quadros, disse acreditar que o Brasil poderá repetir neste ano a taxa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB, a soma das riquezas produzidas no país) registrada em 2007, de 5,4%.

"Os únicos riscos a curto prazo para que isso não ocorra são o agravamento da recessão norte-americana, que prejudicaria as exportações brasileiras, afetando o equilíbrio da economia mundial, e uma pressão inflacionária interna maior", afirmou.

Quadros ressaltou, entretanto, que considera as duas condicionantes difíceis de acontecer. “São pequenas as chances de qualquer um desses riscos acontecer com intensidade capaz de tumultuar e perturbar a trajetória, por isso temos condições de manter a faixa dos 5%, talvez um pouquinho menos”, analisou.

Segundo o economista, a taxa de investimento, que subiu 13,4% no ano passado, é um indicador relevante no resultado do PIB: "Temos que reconhecer que vivemos um momento muito favorável, nos últimos dez anos não há taxa similar para a formação bruta de capital, que mostra a parcela mais dinâmica do crescimento."

O aumento do consumo, que atingiu 8,6% em 2007, também foi destacado por Quadros, ao observar que houve a ajuda do crédito e dos salários. “Todos os fatores que incentivam o consumo estão apontando nessa direção de crescimento. Mas, de qualquer maneira, passar de 5% ou 6% para 8,6% chamou a atenção, porque essas  mudanças são mais gradativas”. Na avaliação do economista, há necessidade de cautela, porque o consumo elevado pode gerar endividamento: “Preferia que fosse um pouco mais de formação de capital e um pouco menos de consumo. Mas isso não tira a conclusão de um crescimento forte e balanceado, mesmo que no trimestre o consumo esteja um pouco exacerbado”.