Para Dieese, “falta de prioridade” fez com que investimentos em educação diminuíssem

12/03/2008 - 17h31

Paula Laboissière
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A “falta de prioridade” por partedos governos brasileiros fez com que, nos últimos dez anos,os investimentos para o ensino médio diminuíssem. Aavaliação é do diretor técnico doDepartamento Intersindical de Estatística e EstudosSócio-Econômicos (Dieese), Clemente Ganz Lúcio.Segundo ele, de 2005 para cá,com a retomada do crescimento econômico, a exigência dograu de escolaridade aumentou, bem como a procura por profissionaiscom mais de 40 anos e com bom nível de qualificação.“Os empregadores estãopercebendo que dez ou 15 anos de não-investimento na formaçãoprofissional têm graves conseqüências agora. Aquelestrabalhadores que não tiveram a oportunidade de estarempregados e de se qualificar estão defasados do ponto devista tecnológico.""As empresas precisam, junto com a estruturaeducacional, investir rapidamente em programas de qualificaçãoprofissional, para que esses trabalhadores possam imediatamente irpara um posto de trabalho e desempenhar profissionalmente aquilo queé esperado deles”, afirmou.

Para o diretor do Dieese, o Brasil ainda possui“uma longa caminhada” para reverter os númerosapresentados pelo levantamento Anuário 2007: QualificaçãoSocial e Profissional , divulgado hoje (12). “Sãoprocessos de décadas. É preciso cerca de dez a 20 anospara a gente chegar a um patamar melhor. Nos paísesdesenvolvidos, 70% da população faz ensino médio.Estamos muito longe disso.”