Wellton Máximo
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Além de anunciar a isenção doImposto sobre Operações Financeiras (IOF) para osexportadores e cobrar o tributo sobre determinados tipos deinvestimentos estrangeiros para conter a queda do dólar, ogoverno deverá pôr em prática a nova políticaindustrial. A informação é do ministro daFazenda, Guido Mantega que anunciou hoje (12) as medidas de proteçãodas exportações.Prevista para ser apresentada em outubro passadopelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria eComércio Exterior, a política industrial foisucessivamente adiada desde então.O ministro não quis detalhar as medidasporque aguardava a aprovação do Orçamento Geralda União para ter noção do volume de recursosdisponíveis. Mantega, no entanto, adiantou que as medidasestão concentradas na antecipação definanciamentos, na redução de tributos e no estímuloao desenvolvimento tecnológico.O objetivo é tornar a indústriabrasileira mais competitiva em nível externo, o que resultariaem aumento das exportações e em saldos comerciaismaiores. “Nos últimos anos, o Brasil tornou-se um paísimportante no comércio internacional. Queremos manter essaposição”, afirmou. Mantega descartou o risco de surto inflacionáriomotivado por uma eventual subida do dólar. Uma disparada damoeda norte-americana poderia provocar alta nos preços,principalmente por causa das mercadorias com componentes importados edo barril do petróleo – cuja cotação temultrapassado os US$ 100. Apesar disso, o ministro afirmou que a altada inflação não representa uma ameaça. “As alterações no câmbio nãoserão significativas”, ressaltou o ministro. “Seconseguirmos pelo menos conter a queda do dólar, já éganho”, completou.Na avaliação de Mantega, mesmo que odólar volte a subir, não haverá escalada nosíndices de preços. “No início da criseimobiliária norte-americana, o dólar chegou a superaros R$ 2, mas não houve pressão inflacionária”,disse.O ministro também disse que a relaçãoentre câmbio e inflação nem sempre é tãoimediata. “Hoje, a maior parte da inflação vem dascommodities agrícolas [alimentos com preçosdefinidos internacionalmente], o que ocorre no mundo todo”,argumentou.A elevação dos preços dosalimentos é provocada pelo aumento da demanda de paísescomo China e Índia e pela utilização de grãoscomo milho e soja para a produção de biocombustíveis.