Fim da obstrução no Senado é questão de tempo, afirma líder do PSB

12/03/2008 - 17h32

Marcos Chagas
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O líderdo PSB no Senado, Renato Casagrande (PSB-ES), disse hoje (12) que éuma “questão de tempo” a retomada das negociaçõescom a oposição para aprovar matériasimportantes.Ele reconheceque os “ânimos estão acirrados” entre os senadoresdo PSDB e do DEM por conta da derrota sofrida nesta madrugada nasvotações de três medidas provisórias,entre elas a que cria a Empresa Brasil de Comunicação(EBC) – hoje, os dois partidos anunciaramobstruções. Mas acha que em breve a temperatura vaiabaixar.“A poeirasó vai assentar depois da votação do orçamento.Depois vem a Páscoa, e tempo para se refletir”, afirmouCasagrande.A votaçãoda MP da EBC, que foi aprovada, só foi possível porcausa de uma iniciativa do líder do governo no Senado, RomeroJucá (PMDB-RR), que recomendou a rejeição deoutra medida provisória (397), que também obstruíaa pauta.Casagrandecriticou a iniciativa das bancadas do DEM e do PSDB de se retirar doplenário por causa da manobra de Jucá.. “A minoria àsvezes ganha e às vezes perde, como perdeu ontem. A oposiçãonão pode ser arrogante a ponto de não aceitar umaderrota”.O líderdo PSB também considera temerária a estratégiada oposição, anunciada pelo líder tucano ArthurVirgílio Neto (AM), de obstruir os trabalhos das comissõestemáticas do Senado. Na Comissão de Assuntos Econômicos(CAE), por exemplo, tramitam matérias como a solicitaçãode empréstimos junto a organismos internacionais.“Todo mundotem que ser responsável por aquilo que faz. Se a oposiçãoquiser obstruir o trabalho do Congresso, que faça e assuma asresponsabilidades. Não tem matéria de interesse dogoverno que não tenha interferência da sociedade. Todasas matérias que tramitam aqui interferem na sociedade, emsegmentos da sociedade de alguma maneira”, afirmou RenatoCasagrande.Eleacrescentou que, se PSDB e DEM quiserem obstruir todas as matériasque tramitam no Congresso, arcarão “com a responsabilidadeporque também faremos o debate público com a oposição”.A estratégiade “paralisia total” dos trabalhos no Senado, anunciada porArthur Virgílio nesta madrugada e ratificada em reuniãoda bancada no início da tarde de hoje, ainda serámelhor avaliada pela bancada do DEM.Perguntadopela Agência Brasil se o partido concordava com apostura de obstruir, totalmente, os trabalhos das comissões, olíder do DEM, José Agripino Maia (RN), afirmou que “opartido vai avaliar melhor uma postura para que prevaleçam osdireitos da oposição”.