Brasil sabia desde 2006 que regras para entrada na Europa ficariam mais duras, diz diplomata

12/03/2008 - 17h15

Roberta Lopes
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O diretor doDepartamento Consular e de Brasileiros no Exterior do Ministériodas Relações Exteriores, Eduardo Gradilone, admitiuhoje (12) que as autoridades brasileiras sabiam, desde 2006, que ospaíses integrantes da União Européia iriamendurecer as regras para entrada de estrangeiros em seu território."Sabíamosque a aplicação de critérios mais rigorosos quetratam de estrangeiros na Europa poderia acarretar tratamentosinjustos a inocentes que, talvez, não tivessem todos osrequisitos [para entrada nos países da UniãoEuropéia]", disse Gradilone, em entrevista coletiva,depois de participar de audiência pública da Comissãode Relações Exteriores da Câmara dos Deputadossobre a situação de brasileiros repatriados pelaEspanha.Segundo Gradilone, o ministério desenvolveuum sistema de cruzamento de informações para saber onúmero de brasileiros repatriados e está acompanhandocom preocupação o aumento do número de casos."A alegação de todos os países,inclusive da Espanha, é de que o número de brasileirosbarrados não é significativo em relação aoutros países. No caso da Espanha, 3 mil brasileirosrepatriados significa entre 1% e 2% do número total",explicou o diplomata.Na opinião do deputado Ivan Valente(P-SOL-SP), um dos autores do pedido de audiência pública,o ministério não estava  preparado para lidar coma situação: "Acho que faltou preparo, faltouretaguarda, e também acho que vai haver um recrudescimento -isso já está acontecendo na França, com governosconservadores, e a disputa eleitoral espanhola mostrou isso."