Mantega diz que "dólar está derretendo", mas nega pacote cambial

11/03/2008 - 15h52

Daniel Lima
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O ministro da Fazenda, Guido Mantega, descartouhoje (11) a possibilidade de que o governo esteja elaborando umpacote cambial para proteger as exportações, mas disse que é permanente o estudo de medidas para estimular aexportação e atenuar alguma valorizaçãocambial.Mantega reconheceu, no entanto, não ser possível garantir que a crise internacional nãoseja sentida no país. “Não estamos totalmente imunes.Uma conseqüência desta crise é que o dólarestá derretendo. Isso é um problema que precisa serencarado porque afeta nossas exportações”, afirmou o ministro.Para ele, a crise internacional é séria, jáse reflete na economia americana e pode afetar o comérciointernacional. Depois dese reunir com a bancada do PMDB na Câmara dos Deputados,Mantega disse que o governo já vem tomando medidas parareduzir o impacto da queda do dólar na economia brasileira."Não há nenhum pacotecambial em curso. É claro que o governo permanentemente sepreocupa em fomentar as exportações e impedir que hajauma valorização cambial excessiva. Uma valorizaçãoé natural porque o câmbio é flutuante, porém,a todo momento, nós estamos estudando medidas para estimular aexportação e atenuar alguma valorizaçãocambial, mas isso é permamente."Mantega citou algumas medidas adotadas pelogoverno de proteção ao câmbio e às vendasexternas, dentre elas, a que permitiu que 30% dos recursos dasexportações fossem mantidos no exterior, para evitar otrânsito de recursos e baratear as transações nocomércio externo.O ministro também admitiu que épossível acabar com a cobertura cambial e lembrou que odispositivo está previsto na lei das Zonas de Processamento deExportação (ZPE's), em tramitação noCongresso Nacional."Concordamos com o fim da cobertura cambialprevista na lei de ZPE, que está tramitando em fase final,para conduzir projetos de exportação. É possívelque possamos implantar isso", observou.Mantega rebateu as críticas sobre o acúmulode reservas que o Banco Central vem fazendo para enfrentar possíveisturbulências. “Uma das coisas que nos ajudou foram asreservas”, disse. O ministro reafirmou que o governo vai continuar coma política de reservas, embora admita que isso tenha custospara o país.