Marcos Chagas
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A diretora-presidenteda Empresa Brasil de Comunicação (EBC), TerezaCruvinel, entregou hoje (11) ao presidente do Senado, Garibaldi AlvesFilho (PMDB-RN), e a lideranças partidárias, umdocumento de apoio de entidades da sociedade civil em defesa da TVpública. Cruvinel estavaacompanhada do relator da matéria, senador Renato Casagrande(PSB-ES).O prazo constitucional para aprovação damedida provisória é 21 de março. A líderdo bloco governista, senadora Ideli Salvatti (PT-SC), afirmou quepretende votar a matéria ainda esta semana, se necessário "fazendoum embate em Plenário com a oposição".O presidente LuizInácio Lula da Silva apelou hoje à base governista, nareunião do Conselho Político, para que se mobilizempara aprovar além do Orçamento da União de 2008a MP que criou a EBC,argumentando que não há justificativa para oretardamento da votação uma vez que o governo temmaioria nas duas Casas do Congresso. Em tese, a basegovernista conta com 52 votos. Entretanto, o Executivo tem sofridoderrotas em votações importantes. A mais recente, nofim do ano passado, foi a proposta de emenda à Constituição(PEC) que prorrogava a cobrança da ContribuiçãoProvisória sobre a Movimentação Financeira(CPMF).A senadora Ideli Salvatti considerou que não háoutra saída a não ser tentar votar ainda nesta semana aMP da TV pública."Estamos correndocontra o tempo porque a semana que vem é uma semana esvaziadapor causa do feriado da Semana Santa. Temos que resolver isso nestasemana".O presidente da Associação Brasileirade Emissoras Públicas, Educativas e Culturais (Abpec), AntônioAchilis Alves da Silva, defendeu que a discussão sobre acriação da TV pública deveria se desvincular doembate político entre governistas e oposição."Háum risco embutido neste processo, que é o do confrontopuramente partidário, puramente político, governoversus oposição. Eu espero que cumpridos todos os ritosnormais no Senado, a medida provisória seja de fato votada eaprovada", disse o presidente da Abpec.Antônio Achilisdestacou que se esse embate ocorrer "quem perderá éa sociedade e a TV pública brasileira". Mas mesmo com apossibilidade de uma disputa política no Plenário entregovernistas e oposição, Antônio Achilis acreditana aprovação da MP.O cineasta Luiz Carlos Barreto éoutro que defende a desvinculação da aprovaçãoda medida provisória de uma disputa política no Senado."O assunto deveria ser tratado fora dos parâmetrospolíticos", disse. Barreto considera a criaçãode um sistema de comunicação público um passo àfrente na defesa dos interesses da população. "Estenão é um instrumento do governo, mas da sociedade",enfatizou.