Paulo Montoia
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - Para crescer e exportar mais, com competitividade,a indústria de transformados de plástico quer adesoneração dos custos da cadeia produtiva. O pedidofoi apresentado hoje (11) ao ministro do Desenvolvimento, Indústriae Comércio Exterior, Miguel Jorge, por empresários dosetor que disseram temer uma monopolização dasmatérias-primas e dos preços por parte da Petrobras. Otema foi discutido na 6ª Feira Internacional de Embalagem(Brasilpack), evento que se realiza em São Paulo.“A Petrobras está entrando em tudo. EmSuzano, comprou tudo, na Brasken ela tem uma parte, no Rio dejaneiro, em Paulínia, e no Pólo Petroquímico doSul tem uma parte. Então, estamos voltando ao monopólioestatal e nós somos radicalmente contra. Nós estamosagendando uma reunião com a Perobrás para ver qual aposição que ela pretende ter dentro deste novoconceito, porque para nós é preocupante”, disse opresidente da Associação Brasileira da Indústriado Plástico, Merheg Cachum. Em agosto do ano passado, ao anunciar acompra da totalidade das ações da Suzano PetroquímicaS/A , o presidente da Petrobras, José SérgioGabrielli, disse que a compra "enquadra-se na estratégiade retorno da estatal ao setor da petroquímica" e negouque signifique uma reestatização do setor. No evento de hoje, os empresáriosentregaram ao ministro Miguel Jorge um documento sobre o queconsideram distorções da incidência do ImpostoSobre Produtos Industrializados (IPI) na cadeia produtiva do setor.Miguel Jorge concordou que “as distorções sãoóbvias e claras” e pediu aos empresários apoio àproposta de Reforma Tributária enviada ao Congresso.Umadas dificuldades do setor para ampliar a competitividade e exportar,segundo Cachum, é a tributação da matéria-prima.Outra é a base de produção “pulverizada” dopróprio setor. “O Brasil tem um número de empresasque é um absurdo. É inconcebível ter 11.200empresas. Nós temos um número gigante de micros epequenas empresas. O ideal seria haver fusões, mas falar nissocom empresas micro e pequenas é complicadíssimo”,lamentou o presidente da Abiplast. Fusões dariam àsempresas mais capacidade para negociar o preço da matériaprima em compras de maior volume, na avaliação deCachum.