Danilo Macedo
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O ministro da Justiça,Tarso Genro, negou hoje (10) que tenha se criado um “cabo-de-guerra” entre o Brasil e a Espanha por causa do repatriamento debrasileiros e o impedimento da entrada de cidadãos espanhóisno Brasil.De acordo com oministro, cada país aplica soberanamente a sua legislação,mas o Brasil espera que seus cidadãos recebam das autoridadesde outros países o mesmo tratamento que os estrangeirosrecebem aqui. “Nós queremosque os brasileiros, lá na Espanha, tenham o mesmo tratamentodigno, sóbrio, respeitoso, que tem qualquer estrangeiro quechega aqui no Brasil”, afirmou.Tarso Genro assegurouque, se for necessário, a legislação seráolhada com “lupa”, para que autoridades de fora sintam que aquitambém há leis. “Esse trabalho sempreé feito por amostragem, então pode-se aumentar aamostragem num determinado momento para que as negociaçõesocorram, através do Itamaraty, de maneira tranqüila, evai se chegar a um ponto de estabilidade”, disse.O ministro da Justiçadisse que não há instabilidade nas relaçõesentre os dois países, e acredita que a situaçãoincômoda entre Brasil e Espanha deve se estabilizar. “Ospaíses têm que exercer soberanamente essa atividade. OBrasil as exerce de maneira mais ou menos rigorosa, dependendo doperíodo, mas não há nenhuma crise derelacionamento do governo brasileiro com o governo espanhol e nóstemos absoluta certeza de que isso tende a se ajustar”, afirmou.Tarso Genro considerou“altamente positiva” para a União Européia e para oBrasil a vitória do Partido Socialista OperárioEspanhol (PSOE), do presidente José Luis RodríguezZapatero, que, segundo ele, tem uma excelente relaçãocom o presidente Luiz Inácio Lula da Silva há anos.O ministro participouhoje da abertura da II Jornada Lei Maria da Penha, no SupremoTribunal Federal (STF).