Paulo Montoia
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles,reafirmou hoje (18) que o Brasil está suficientemente fortalecido paraenfrentar os possíveis desdobramentos da crise nos Estados Unidos (EUA), masreconheceu que o país não está totalmente imune. Segundo ele, o Banco Central eo governo estão preparados para adotar “medidas prudenciais” para evitar desequilíbrio bancário.
"Queninguém tenha a ilusão de que o Brasil ficará totalmente imune”, afirmouMeirelles, após um encontro com empresários em São Paulo. “O mundo éinterdependente, globalizado.”
De acordocom o presidente do Banco Central, nos últimos cinco anos, o Brasil ampliou emdoze vezes sua capacidade de resgatar sua dívida externa líquida e eliminou suadívida cambial. Com isso, tornou-se menos vulnerável a crises financeiras internacionais.
ParaMeirelles, o crescimento da economia está sendo puxado principalmente pelademanda interna, proporcionada pelo aumento do emprego, da renda e do créditoe, em menor parte, pelo crescimento das exportações. Segundo ele, os fatoresmacroeconômicos não são os geradores do crescimento, apenas possibilitam eproporcionam esse crescimento.
“Nós vemoshoje claramente que o Brasil não desperdiçou o período de bonança [daeconomia mundial], aproveitando toda essa trajetória para se preparar parauma possível deterioração das condições globais, que parece que está ocorrendo.Com efeito, os indicadores de insolvência externa encontram-se hoje nosmelhores níveis da nossa história”, destacou o presidente do Banco Central. “Se no final de 2002, por exemplo, o Brasil precisavaacumular durante três anos o total de suas exportações para poder resgatar asua dívida externa líquida, falamos hoje de alguns dias. Nossas reservasinternacionais foram multiplicadas por doze, no mesmo período. Nossa dívidapública em relação ao produto [interno bruto, PIB] contraiu-se em 25%desde 2002; ao mesmo tempo, a exposição ao risco de juros foi gradualmentediminuída e a dívida cambial totalmente eliminada.”