Lula volta da Antártida com a intenção de investir mais na base brasileira

18/02/2008 - 7h37

Lana Cristina
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Mais investimentos paramelhorar a infra-estrutura da base de estudos brasileira naAntártida, para dar mais condições para quepesquisadores brasileiros continuem os estudos sobre o continente geladoe mesmo para adquirir um navio laboratório. Essa é aintenção do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. No programa de rádio Café com o Presidente, ele dissehoje (18) que conhecer e pesquisar a Antártida temrepercussões positivas não só para o Brasil, maspara toda a humanidade.“Penso que todos nósestamos convencidos que a hora é agora, de a gente aportar maisrecursos para melhorar o nosso potencial de pesquisa, melhorar ascondições da Base [Comandante Ferraz], para que mais cientistas brasileirosvisitem a nossa Base como pesquisadores e aqui tentem explorar o seuconhecimento em benefício do povo brasileiro e da humanidade”,afirmou Lula.O presidente comunicou que, em conversas com os ministrosda Ciência e Tecnologia, Sergio Rezende, da Defesa, NelsonJobim e o comandante da Marinha, Júlio Soares de Moura Neto,pediu que pensassem na possibilidade de adquirir um navio-laboratório.O presidente ressaltouque a presença brasileira na Antártida com a EstaçãoComandante Ferraz é estratégica e tem como fimexclusivamente a pesquisa, não é uma presença territorialista. “O Brasiltem uma definição estratégica com relação à Antártida, ou seja, enquanto, por exemplo, o Chile tem comoopção estratégica ter o território antártico como um território chileno, o Brasil nãotem essa intenção. O Brasil quer apenas explorar,pesquisar o continente antártico”, disse Lula, que voltahoje de uma viagem de dois dias à Antártida.Na EstaçãoComandante Ferraz, que tem capacidade para 48 pessoas, vivem 35pesquisadores brasileiros que realizam estudos sobre os efeitos dasmudanças climáticas na Antártida e aconseqüência disso para o Planeta, pesquisas sobre a vida marinha e a atmosfera. As pesquisas são financiadas por bolsasconcedidas pelo Conselho de Desenvolvimento Científico eTecnológico (CNPq), agência de fomento vinculada aoMinistério da Ciência e Tecnologia.Em geral, os pesquisadorespassam seis meses na estação, mas continuamsuas pesquisas quando voltam. A primeira viagem para a montagem dabase brasileira foi feita em 1983, com o navio Barão de Tefé, lembrado pelo presidente Lula no programa de rádio em que fala de projetos e ações do governo.Hoje, o transporte de carga é feito pelo navio da Marinha AryRongel. Toda a logística brasileira no continente antárticoé de responsabilidade da Marinha do Brasil. Os pesquisadoressão levados até a Antártida no aviãoHércules da Força Aérea Brasileira (FAB).