Ana Luiza Zenker
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O prazo da intervenção na Fundação de Empreendimentos Científicos e Tecnológicos (Finatec), pedida pelo Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT), será determinado pelo interventor Luiz Augusto Fróes, que tomou posse hoje (18). A informação é do procurador-geral de Justiça do Distrito Federal, Leonardo Bandarra, que disse que Fróes foi nomeado para investigar as irregularidades apontadas pelo MPDFT na atuação da Finatec, a fim de corrigir os rumos tomados pela fundação. “As investigações serão feitas durante o período necessário, para que tudo seja investigado e todo e qualquer questionamento que venha a ser feito possa ser corrigido”, afirmou Bandarra.Segundo informações dos promotores de Justiça de Tutela das Fundações e Entidades de Interesse Social, a Finatec, que é uma fundação de apoio ligada à Universidade de Brasília (UnB), não tem atuado diretamente no incentivo à pesquisa e ao desenvolvimento tecnológico. De acordo com as investigações do MPDFT, a Fundação estabelece contratos, inclusive com órgãos públicos, mas subcontrata os serviços de pesquisa que ela mesma deveria executar.Além disso, haveria um superfaturamento no valor contratado: a Fundação cobra 10% do preço como taxa de administração e mais 6% a 10% destinados ao Fundo de Apoio Institucional da Fundação Universidade de Brasília (FAI-FUB).Bandarra afirmou que, no momento, a intenção do Ministério Público não é fazer qualquer juízo de valor: “Temos indícios da ocorrência desse desvio de atuação, mas esses indícios serão corroborados com o término das investigações.” E acrescentou que o sigilo das informações será resguardado.O procurador de Justiça Gladaniel de Carvalho informou que o objetivo da intervenção é corrigir distorções e irregularidades. E que no momento em que o interventor Luiz Augusto Fróes concluir que o objetivo foi atingido, a intervenção será suspensa.“Agora não podemos adiantar o prazo, até quando isso vai ocorrer, porque há um número muito grande de irregularidades, praticadas principalmente por esses dirigentes que foram afastados. O Ministério Público precisa ter uma visão da Fundação que lamentavelmente esses dirigentes se recusaram a nos passar”, concluiu Carvalho.A direção da Finatec foi afastada na sexta-feira (15), por decisão da Justiça do Distrito Federal, a pedido do MPDFT. No sábado, os advogados da Fundação entraram com medida cautelar para manter os cargos, negada pela juíza de plantão. Durante o final de semana, o prédio da Finatec esteve fechado e guardado por policiais, para proteger as provas e o local.