Isabela Vieira
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - O balanço socialdas empresas de telecomunicações divulgado hoje (18)mostra que os negros ainda ocupam um pequeno percentual da forçade trabalho, onde mulheres e deficientes ganham espaço a cadaano. Na quinta edição,o documento analisou dados de 2006 referentes às 26 empresasem que trabalham 85,7 mil funcionários, representando16,4% amais do que 2005. As empresas têmem seus quadros com “somente 6,27%” negros. Apesar de o setor tercriado 850 vagas para negros em 2006, 5,8% das teles nãotinham nenhum deles em seus quadros. Além disso, em 41,18% dasempresas de telecomunicações os negros não estãoem cargos de chefia. Para a pesquisadoraRita Afonso, uma das coordenadoras da pesquisa, esse é umponto que precisa mudar. “Temos poucos negrostrabalhando no setor e pouquíssimos chefiando as empresas.Isso pode melhorar”, disse.Mesmo assim, opresidente da Associação Brasileira deTelecomunicações, Roberto Aroso, vê avanços.“Cada vez mais se vê a participação pluriracialdos negros na economia. A tendência é cada vez maishaver essa uniformidade. Isso é o que buscamos”, disse. Nas empresas detelecomunicações destacam-se em 2006 o aumentou nonúmero de funcionários deficientes. Em 2006, somente5,56% das empresas não contavam com esses profissionais emseus quadros. Em 2005, o número era maior, 17,65%. “O número dedeficientes evoluiu. O dado parece indicar que as empresas cumprem alegislação. Ainda não extrapolam, mas a mudançaé significativa”, ressalta a pesquisadora.As mulheres tambémcontinuam ganhando espaço. Elas eram 29,8 mil funcionáriasem 2006, um aumento de cerca de 5% em relação à2005. No entanto, ainda não ocupam a maioria dos postos dechefia em nenhuma das empresas. Além deorganizar mudanças corporativas, a pesquisa tambémdestacou que as empresas precisam diminuir o número dereclamações de clientes. Mais de 19 milhões decríticas foram recebidas pelas próprias empresas,Procons e Justiça em 2006. No entanto, o número podeser maior.“Chama enorme atençãoo número de empresas que não oferece informaçõesa respeito de críticas e reclamações feitas porconsumidores”, diz o documento de 120 páginas.O balanço dasempresas de telecomunicações divulgado hoje tambémtratou dos investimentos em áreas sociais e de proteçãoao meio ambiente, que receberam cerca de R$ 74 milhões no anoestudado. O valor equivale a 35,29% da receita líquida dosetor.Projetos e programas emcomunidades ficaram com a maior parte desse dinheiro. A áreacontinua sendo a preferida do setor de telecomunicações,como acontece desde 2004. Em seguida, estão educaçãoe meio ambiente. Em 2006, a preocupaçãocom o desenvolvimento sustentável atraiu mais investimentosdas telecomunicações. A preocupação com omeio ambiente o setor subir da quinta posição emrelação a preferência de investimentos em 2005para a terceira em 2006.Para melhorar oinvestimento nessas iniciativas, as empresas assinaram hoje a Cartade Sustentabilidade do Setor de Telecom. O documento propõeações em áreas como pesquisa, marco regulatórioe transparência. O acordo foi inspiradoem um documento semelhante feito pelas principais empresas detelecomunicações européias, reunidas na EuropeanTelecommunications Network Operators Associations (Etno).