Roberta Lopes
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O presidente da Câmarados Deputados, Arlindo Chinaglia (PT-SP), defendeu hoje (18) que osmaiores partidos das duas Casas do Congresso Nacional ocupem oscargos de comando da comissão parlamentar mista de inquérito(CPMI) que vai investigar possíveis irregularidades no uso decartões corporativos. Segundo Chinaglia, é precisorespeitar a regra já adotada em outras comissõesparlamentares de inquérito: “Sucessivas CPIs, emqualquer governo. E eu nunca vi [casos em] que os governos,tendo maioria, queiram repartir o poder com a oposição”,afirmou o deputado, durante solenidade de assinatura de convênioentre o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e aTV Câmara, para distribuição de noticiáriosobre atividades legislativas. Chinaglia disse temerque a disputa entre governo e oposição atrapalhe ostrabalhos da Câmara. “O que me preocupa é que, emfunção da disputa política, venha a haverobstrução. Isso paralisa o Congresso, que nãovota matérias importantes.”Se a CPMI for realmenteinstalada, enfatizou o deputado, que “trabalhe duro e nãovire um palco midiático”.Para o líder doPT na Câmara, Maurício Rands (PE), a disputa peloscargos de comando da CPMI é uma tática dosoposicionistas para tentar atingir o governo. “Como isso nãoestá dando certo, sentimos que setores da oposiçãoestão patinando na sua tática”, disse o deputado. Rands lembrou que,durante o governo Fernando Henrique Cardoso, os partidos de oposiçãonão chegaram a ocupar cargos de comando nas CPIs realizadasnaquele período.O presidente da OAB,Cezar Britto, também falou sobre a necessidade de seinvestigarem as denúncias de mau uso dos cartõescorporativos. “O importante é investigar, porque tem pessoasusando, e usando mal, o recurso público.”