Marco Antônio Soalheiro
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Os policiais civis de Alagoas, em greve desde agosto do ano passado, afirmam que não vão aceitar proposta diferente da apresentada pela categoria ao governo do estado. Além do reajuste salarial de 36%, dividido em seis parcelas, os policiais exigem o pagamento de adicional noturno, a implantação daaposentadoria especial e a suspensão de inquéritos administrativos emcurso contra os grevistas “Esse é onosso limite”, garantiu à Agência Brasil ovice-presidente do Sindicato dos Policiais Civis de Alagoas (Sindpol-AL), Josimar Melo, que espera uma sinalizaçãopositiva do governo estadual até a próxima terça-feira(19), quando a categoria vai se reunir em nova assembléia.Na avaliaçãodo sindicato, a duração de sete meses da greve se deve à postura de intransigência do governador do estado, Teotônio Vilela Filho. “Só sentamos com ele uma vez”, disse Melo. A propostamais recente do governo, confirmada pela assessoria da Secretaria deEstado de Defesa Social, foi no sentido de oferecer reajuste aospoliciais de 36% parcelado em 36 meses. A contraproposta feita pela categoria ainda seráexaminada. Nas delegacias deAlagoas, apenas os serviços de flagrante e de expediçãode laudo para exame de corpo de delito estão em plenoatendimento, segundo Melo, “em respeito à população”.O sindicato garante que todo o efetivo da Polícia Civil continua comparecendo ao trabalho, mas os policiais se limitam a “tomar contade presos” e não cumprem o dever constitucional deinvestigar. “Estamos fazendo papel de carcereiros”, admitiu.O sindicato confirma umaumento da criminalidade em Maceió após o inícioda greve policial. A capital está entre as cidades com maiornúmero de homicídios por morte violenta no Brasil. Sóno último carnaval foram 42. Mas os números nãosão suficientes para fazer com que os policiais voltem aotrabalho normal. “A gente tem consciência de que o estadotem dinheiro para atender nossa reivindicação. Jáfoi dado reajuste aos procuradores e aumentado o duodécimo [repasse financeiro do governo] dos poderes”, argumentou Melo.