Mesa do Senado recebe pedido para criação da CPI dos Cartões Corporativos

14/02/2008 - 13h46

Priscilla Mazenotti
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A oposiçãoprotocolou hoje (14) na Secretaria-Geral da Mesa do Senadorequerimento pedindo a criação da ComissãoParlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos CartõesCorporativos. Ao todo, 189 deputados e 35 senadores assinaram odocumento, número superior ao mínimo necessário - 27 no Senado e 171 na Câmara. O autor de requerimento é o deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP).Mas governistas eoposição continuam no embate pela indicaçãodo presidente e relator da comissão. Regimentalmente, PT ePMDB, por serem os partidos com maior representação noCongresso, têm direito aos postos. A oposiçãoalega, ni entanto, que partidos da base não podem comandar umaCPI que vai investigar gastos do governo. E defendem que apresidência e a relatoria devem ser divididas entre governo eoposição."O que esperamosagora é que governo e oposição se entendam, eque o governo entenda que o papel da oposição éo de participar sem assistir. E participa-se quando se ocupa funçõesde comando na CPMI", disse o líder do DEM no Senado, JoséAgripino Maia (RN).A oposiçãonão descartou a possibilidade de apresentar requerimentocriando uma CPI sobre o mesmo assunto apenas no Senado, caso nãoconsiga uma vaga na direção da CPI. Mas segundo opresidente do PSDB, senador Sérgio Guerra (PE), "isso nãose dará agora". Eles primeiro pretendem discutir oassunto com o governo."Não mepassa pela cabeça que o governo cometa a irracionalidade deimaginar que vai deter a marcha das investigaçõesatropelando a oposição. O justo é eles indicarempela Câmara alguém e respeitar a maior bancada doSenado, que é a do DEM e do PSDB. Se não agirem assim, [os dois partidos]paralisarão os trabalhos do Senado. E se percebermos que éuma farsa, uma fraude, temos meio e número para construir umanova CPI aqui no Senado", alertou o líder do PSDB noSenado, Arthur Virgílio (AM).A CPI pretendeinvestigar os gastos do governo com cartão corporativo desde asua criação, em 1998, no governo de Fernando HenriqueCardoso. O próprioex-presidente encaminhou carta ao presidente do PSDB em que afirmanão temer uma investigação por nunca ter usadorecursos públicos para financiar despesas pessoais. "Nem eu, nem minhafamília jamais usamos recursos públicos para sufragarnossas despesaspessoais. Quanto aosgastos normais da máquina pública, inclusive no que dizrespeito aos incorridos na manutenção dos palácios,nunca foram objeto de determinações específicasnossas. Se, eventualmente, não seguiram as regras e trâmitesnormais, é bom que isso seja identificado e esclarecido, para queos erros não se repitam", diz a carta de FernandoHenrique.