Greve dos policiais civis aumenta violência em Alagoas, afirma dirigente da CUT

14/02/2008 - 13h03

Cilene Figueredo
Da Agência Brasil
Brasília - A greve dos policiais civis de Alagoas, que começou em agosto do ano passado, fez elevar os índices de violência no estado - só em janeiro foram registrados 172 casos de assassinato. Ontem (13) à noite, houve seis assassinatos em um bairro periférico da capital, Maceió. As informações foram dadas hoje (14) pelo presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT) em Alagoas,Izac Ferreira Cavalcante. 

Os policiais reivindicam reajuste salarial de 36%,parcelado em seis meses - o percentual é menor do que o reivindicado inicialmente pela categoria. Izac Cavalcante disse, em entrevista àAgência Brasil, que o prazo dado pela categoria para uma resposta do governo estadual termina hoje.

Segundo ele, os policiais estão indo para as delegacias ecumprindo a exigência de 30% da prestação de serviço, prevista na Lei de Greve, o que dificulta aagilidade no atendimento.

De acordo com Cavalcante, o governo do estado é intransigente e encontrou um péssimo mecanismo para resolver os problemasdo estado, pois prefere decretos ao diálogo. Ele afirmou que, desde a posse do governador Teotônio Vilela, diversas categorias de trabalhadores realizam grevesdemoradas em Alagoas, devido à retirada de alguns direitos dos servidorespúblicos.“As greves de outrascategorias também foram demoradas: os médicos ficaram90 dias; a educação, 120; e agora a Polícia Civil, há 180 dias", disse Cavalcante. Para ele, a greve dos policiais civis é mais grave, porque trata-se de umsetor sensível, e "Alagoas é um estadoviolento, o que tem afetado a vida da população".Izac Cavalcante ressaltou que, além disso, muitas pessoas cometem crimes em estados vizinhos, como Pernambuco e Sergipe, e vãose esconder em Alagoas, pois, segundo ele, existem falhas de procedimento nosinquéritos.