Começa cadastro de trabalhadores para obras do PAC no Rio

14/02/2008 - 14h54

Isabela Vieira
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - Uma oportunidade para trabalhar nas obras de urbanização do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) em favelas do Rio de Janeiro. É o que querem mais de 600 moradores da Rocinha, na zona sul da cidade. Eles foram os primeiros a chegar na fila de cadastro, que a Secretaria Estadual do Trabalho e Renda organiza na comunidade.Elisângela da Cruz, 30 anos, é uma das interessadas. Para não correr o risco de perder a oportunidade, chegou na fila na madrugada de hoje (14), mesmo sabendo que as inscrições só começariam às 9h: “Cheguei à meia-noite. Dormi e estou aqui”.Desempregada há dois anos, Elisângela disse que prefere trabalhar como ajudante de cozinha, mas ficará satisfeita com uma vaga em outra função. “Vai dar muito gosto trabalhar na nossa comunidade. Fazer alguma coisa para nós mesmos ajuda a trabalhar melhor”, ressaltou.Na Rocinha, o governo federal pretende construir creches, um hospital, e ainda ampliar as ruas. Com as obras do PAC, foram criadas vagas de emprego para pedreiros, serventes e marceneiros, por exemplo, das quais 20% são destinadas as mulheres.O cadastro de moradores interessados nos empregos do PAC também está aberto no Complexo do Alemão, zona norte do Rio. Jà em Manguinhos, onde a comunidade deve receber obras de saneamento básico e melhorias de acesso, deve começar na próxima segunda-feira (18).Para se candidatar, o trabalhador precisa ter 18 anos, apresentar a identidade, CPF, comprovante de residência e carteira de trabalho. Na Rocinha, o cadastro é feito na Rua Bertha Lutz e, no Complexo do Alemão, na Rua Joaquim Queiroz.Segundo o secretário de Trabalho e Renda do Rio, Alcebíades Sabino, os moradores podem fazer as inscrições tranqüilamente, sem temer supostas ameaças de traficantes, insatisfeitos com a presença da polícia nas comunidades durante as obras.“Contamos com o apoio das associações de moradores. E um fluxo de trabalhadores grande como este demonstra a confiança das comunidades nas obras e desmente qualquer boato”, rebateu o secretário.