Oposição afirma que deputados governistas boicotam CPI

13/02/2008 - 19h10

Marcos Chagas
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Mesmo depois de um acordo firmado com o líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), os deputados da oposição dizem que estão encontrando resistências de colegas do PMDB, PT e PR em assinar o requerimento para a criação de uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) destinada a investigar abusos praticados por servidores e autoridades públicas no uso de cartões corporativos.“Dentro do PT, dentro do PMDB e dentro do PR a dificuldade [em colher as assinaturas] é muito grande porque há uma orientação expressa dos seus líderes”, afirmou o autor do requerimento para criação da comissão, deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP).Ele acrescentou que, até o momento, 172 deputados federais assinaram o ofício, um a mais que o necessário para a criação da CPMI. A decisão, no entanto, é só protocolar o documento na Mesa Diretora do Senado com, no mínimo, 185 assinaturas.Amanhã (14), às 9 horas, as lideranças do DEM e do PSDB, na Câmara e no Senado, reúnem-se para decidir quando o requerimento será protocolado. O líder do DEM no Senado, José Agripino Maia (RN), já fala em uma CPI do Senado para investigar os cartões corporativos caso não se consiga as assinaturas necessárias na Câmara.“Se boicotam a CPI mista tem que sair uma comissão nem que seja no Senado”, afirmou o líder do DEM.Já Carlos Sampaio afirma que a decisão do líder do governo na Câmara, Henrique Fontana (PT-RS), e das lideranças do PMDB e do PR em não assinar o requerimento, demonstra “que eles querem acobertar os fatos ocorridos de 2008 para trás”.O deputado tucano insiste na CPMI mista e evita falar em uma comissão de inquérito exclusiva do Senado. “Eu imagino que o líder do governo no Senado conversa com o líder do governo na Câmara. Se aqui ele diz que não há qualquer problema na investigação e quer a CPI porque ele não conversa com o líder da Câmara e demais líderes da base aliada para que assinem a CPI?”, questiona.O líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio Neto (AM), já não vê tanto espaço para negociação com os governistas. Para ele, chegou a hora de a oposição “ir para a briga” e mostrar para a sociedade que “há um boicote à realização da CPMI”.