Isabela Vieira
Repórter da Agência Brasil
Itaipava (RJ) - A lama já secou, mas o trabalho continua em muitas casas do distrito de Itaipava, na região serrana do Rio. As famílias aproveitam a estiagem para lavar colchões e roupas e cuidar do que sobrou, depois das chuvas que caíram na região durante o carnaval.Apesar do trabalho da prefeitura, que até hoje lava as ruas, são visíveis até hoje os sinais dos desabamentos que mataram nove pessoas e deixaram 400 desabrigados na região. Há lama nos muros, árvores no chão e barro de encostas que caíram na BR- 495, rodovia que liga Petrópolis e Teresópolis, no estado do Rio. Hoje (13), a rodovia foi liberada após 15 dias interditada. Há dez dias, o Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transportes (Dnit) realiza obras de emergência no local. No entanto, a população que mora à beira da rodovia não está satisfeita. Os moradores sofrem com as chuvas freqüentes, que ocasionam queda de barreiras e enchentes, e pedem asfalto nos acostamentos da pista e melhorias na captação de águas pluviais. “Quando chove, é uma coisa horrível de lama. Cria um aguaceiro porque, como se pode ver, não há acostamento. É uma coisa horrível. Fica intransitável. O barro entra na casa e acaba com tudo”, disse a professora Jurema Lúcia. Ela é uma das cerca dos 250 signatários de um documento entregue hoje (13) pelo prefeito de Petrópolis e responsável pelo distrito de Itaipava, Rubens Bomtempo, ao diretor do Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Trânsito, Luiz Antonio Pagot.“As reivindicações são justas”, disse o prefeito em referência aos pedidos. Segundo ele, os signatários do documento moram nos quatro primeiros quilômetros da BR-495 e foram os mais afetados pelo temporal do carnaval. O diretor do Dnit, que vistoriou a rodovia na manhã de hoje, respondeu que as reivindicações são simples e podem ser atendidas ainda neste ano, mas ressaltou que, para isso, precisará contar com o apoio da prefeitura e de ministérios como o das Cidades e o da Integração Nacional.“As obras fazem parte do rol de ações que estamos conversando com o prefeito para que sejam feitas com outros ministérios, sob a coordenação da Defesa Civil”, disse Pagot. Já o prefeito Rubens Bomtempo mostrou-se confiante na parceria.