Faturamento de cooperativas cresceu mais que o PIB em 2007

13/02/2008 - 19h28

Mariana Jungmann
Repórter da Agência Brasil
Brasília - As cooperativas cresceram mais que o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro nos últimos anos. Segundo dados da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), o faturamento do setor em 2007 foi 6,15% maior que 2006, enquanto o PIB cresceu 5,3%. Só em exportações, as vendas atingiram US$ 3,3 bilhões – 16,5% a mais que no ano anterior. O carro-chefe desse crescimento, de acordo com a OCB, são as cooperativas de crédito, especialmente rural. “É a área que mais tem crescido e que tem mantido um índice de crescimento, de desenvolvimento muito grande”, disse o presidente da OCB, Márcio Lopes de Freitas. Ele apontou o crédito urbano como destaque de crescimento no setor. Entretanto, mesmo com projeção de manutenção dos números em 2008, com o faturamento crescendo 6,99%, 2006 ainda é um ano imbatível para as cooperativas brasileiras. Naquele ano, as exportações aumentaram 25,7% e o faturamento cresceu 11,61%.  De acordo com Freitas, as projeções têm sido menos ambiciosas desde o ano passado. “Em 2005, tivemos uma forte crise climática e de preços no setor agrícola. Daí porque em 2006, ao nos recuperarmos dessa crise, crescemos tanto. Mas sabíamos que em 2007 já não dava para esperar um crescimento daquela ordem. E, mesmo com boas perspectivas para 2008 e para os próximos anos, temos que ser mais conservadores”, afirmou.Ainda segundo a OCB, as cooperativas devem investir cerca de R$ 4 bilhões em infra-estrutura neste ano, o que deve gerar aumento de 10% no número de empregos com carteira assinada no setor. De acordo com Márcio Freitas, a incorporação de cooperativas menores pelas de maior porte é uma tendência na briga por espaço. Ele ressaltou, no entanto, que isso não torna tal tipo de associação parecida com empresas. “A cooperativa é uma sociedade de gente, a empresa é uma sociedade de capital. Se eu vender cinco sacas de café ou 5 mil, não faz diferença, meu voto terá o mesmo peso. Numa empresa, o voto é relacionado ao valor que cada um tem investido”, explicou. Freitas destacou que não há benefícios fiscais para as cooperativas na hora de exportar.