Hugo Costa
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O ex-ministro da Previdência Nelson Machado garante ter se mudado para São Paulo após ter sido exonerado do cargo, no ano passado. Ele contesta reportagem de hoje (13) do jornal Folha de S.Paulo.“Não é verdade que eu tenha apenas atravessado a rua e vindo para outro ministério. Fui exonerado no dia 29 de março, no mesmo dia entrei em exercício na Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo, porque entrei de férias imediatamente lá na secretaria. Férias também é efetivo exercício. Tirei as férias que eu tinha direito e fui embora daqui [de Brasília]”, explicou Machado.Três semanas após a exoneração, Machado foi nomeado secretário-executivo do Ministério da Fazenda. Os auxílios, segundo ele, foram utilizados de maneira lícita.“Peguei o meu carro [para viagem entre Brasília e São Paulo]. É por isso que recebi um auxílio de transporte terrestre. Em tese, eu teria direito a transporte de avião, mas fui com meu carro e meus pertences”, argumentou o secretário.“Fiquei em São Paulo até a data em que fui nomeado secretário-executivo [da Fazenda]. Portanto, estou convencido do direito que eu tenho. Recebi exatamente o que tenho direito”, disse.A matéria em destaque no jornal paulista informa em subtítulo que Nelson Machado recebeu ajuda de custo para se mudar para São Paulo sem “jamais ter saído de Brasília”. De acordo com a reportagem, o ex-ministro teria recebido no total R$ 17.986,05 de maneira irregular."O conceito de mudança,é preciso esclarecer bem", disse Machado. "A legislação diz quetem direito a ajuda de custo para mudança, transporte, viagemetc. Isso eu fiz, eu fui embora daqui. Para caracterizar que fuiembora, eu assumi o exercício na Fazenda de São Paulo.O segundo item [da lei] é o transporte e o terceiro é auxíliopara transporte de mobiliário e bagagens. Como nãolevei [mobiliário e bagagens], não solicitei e não recebi".O ministro afirmou ainda que o fato de viajar para a capital paulista caracteriza seu retorno. "Havia uma série de possibilidades de voltar a trabalhar num ministério, qualquer que fosse. Não havia uma definição. Independente disso, o fato de eu retornar a São Paulo, de assumir a Secretaria da Fazenda em São Paulo, caracteriza o meu retorno e garante o meu direito".