Sabrina Craide
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O diretor executivo daorganização não-governamental (ONG)Transparência Brasil, Cláudio Abramo, avalia que nãoé importante discutir a forma como o governo executa seuspequenos gastos, mas possibilitar o controle dessas despesas."Um ministro, umpresidente da República representa o poder público.Existem despesas que acompanham essa representação. Seessas despesas são cobertas com cartão de crédito,com verba de representação, é irrelevante. Oimportante é que haja acompanhamento dos gastos, fiscalização,controle, independentemente da forma que se faz a despesa”.A polêmica sobreo uso dos cartões corporativos levou o governo federal aestudar a possibilidade de voltar a pagar diárias aosministros durante viagens nacionais. Atualmente, eles nãorecebem diária e usam o cartão para cobrir as despesascom hotéis e alimentação durante as viagens aserviço dentro do país. Quando viajam ao exterior, oscustos são pagos com diárias.Segundo Abramo,trocar o uso do cartão pelas diárias nas viagensnacionais dos ministros não surtiria efeitos no controle dosgastos. “Só seis ministros portavam cartão decrédito, porque as despesas são cobertas com cartõesde crédito de assessores. Isso tudo é conversa e nadadisso tem relevância”. Os cartões corporativosforam adotados em 2001 para substituir a conta tipo B do governofederal, que era utilizada para gastos dessa natureza. O controle dasdespesas era feito com a apresentação de notas fiscaise o detalhamento do que foi gasto. A conta tipo B ainda existe, masvem sendo gradualmente substituída pelo cartão decrédito corporativo. Além do cartão edas diárias, os pequenos gastos do governo também podemser feitos por meio de dispensa de licitação, paravalores até R$ 8 mil. Para isso, é preciso formular umprocesso, indicar qual órgão solicitou o material efazer pesquisas de preços. Para Decnop, o cartãocorporativo é mais vantajoso por ser menos burocrático.Segundo Abramo, o cartão de crédito corporativoé mais eficiente que o antigo sistema de conta tipo B. "Osuprimento de fundos na conta de um indivíduo, que depois temtodo um procedimento burocrático, o controle é maisdifícil, não é possível que isso sejamais eficiente que cartão de crédito”.