Alex Rodrigues
Repórter da Agência Brasil
Macapá (AP) - A presença dedois presidentes na pequena e bem-cuidada São Jorge doOiapoque, na Guiana Francesa, e a possibilidade de se tornar real uma ponte ligandoaquele departamento ultramarino francês ao Brasil mobilizou osbrasileiros que vivem no local. Eles foram à praçacentral acompanhar a chegada das comitivas presidenciais, protegidaspor um forte esquema de segurança, aos cuidados daGendarmerie, a polícia francesa.Socorro NascimentoRocha e Márcia do Socorro Marcos Leão, ambas vivendo hámais de 15 anos em São Jorge do Oiapoque, disseram queaguardam para saber o resultado prático do encontro entre LuizInácio Lula da Silva e Nicolas Sarkozy para a construçãoda ponte. “Eu não sei quando ela vai estar pronta,mas vai ser muito importante, tanto para os brasileiros que trabalhamaqui [do lado francês] e moram no Brasil, quanto para osfranceses”, disse Márcia. “Vamos ver como vai ficar a passagem doBrasil para cá. Porque isso não vai passar assim.Certamente, eles vão organizar”, completou Socorro. Quemnão ficou muito animado com a perspectiva de as pessoastrocarem por carros os pequenos barcos a motor que hoje fazem atravessia entre as duas cidades foi o presidente da Associaçãodos Catraieiros do Município do Oiapoque, Luiz Antonio Lobatoda Silva.Segundo ele, nos diasde maior movimento alguns dos 120 catraieiros associados chegam afaturar R$ 80 reais. “Com certeza, aponte terá um impacto forte para nós. A maior parte dosnossos passageiros diários vem de Caiena. Os moradores doOiapoque e de São Jorge do Oiapoque só costumaatravessar a fronteira nos fins-de-semana. Quem vem de Caiena nãovirá mais por aqui, mas sim direto para o Oiapoque, de carro.Nós só vamos ter passageiros nos dias de pagamento eaos sábados e domingos, e isso talvez seja apenas 30% do que éhoje.”