Alimentos contribuíram para desaceleração do índice oficial de inflação em janeiro

13/02/2008 - 13h33

Aline Beckstein
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - Produtos alimentícios importantes no consumo das famílias, como carne e feijão, contribuíram para a desaceleração da inflação no início do ano. Apesar disso, os alimentos, que tiveram alta de 1,52%, continuam a pressionar o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Apesar de a alta ser menor que no mês anterior (2,06%), os alimentos responderam por mais da metade do índice oficial de inflação.De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o IPCA de janeiro foi de 0,54%, abaixo do 0,74% registrado em dezembro. Os preços da carne subiram 0,29%, contra uma alta de 8,2% no mês anterior, e os feijões, registraram aumento de 1,43% ante 5,01% de dezembro.Segundo a coordenadora de índices de preços do IBGE, Eulina Nunes, a desaceleração ocorreu, principalmente, porque os preços da carne e do feijão "deram uma trégua, após atingirem um patamar bastante elevado”. No ano passado, a inflação dos alimentos, que ficou acima dos 10%, foi puxada por esses produtos. De acordo com a economista, no caso das carnes, a redução ainda não foi um reflexo do embargo imposto pela União Européia ao produto brasileiro.O preço da carne seca também subiu menos, registrando inflação de 0,13% em janeiro, contra 8,99% em dezembro. O aumento no feijão carioca desacelerou de 32% para 14,2%. O reajuste no preço do feijão preto, no entanto, saltou de 12,47% para 21,76%, “devido a uma migração de consumidores, que anteriormente optavam pelo feijão carioca”. O IPCA ainda foi favorecido pela queda “inesperada” no preço dos combustíveis. O litro do álcool, que havia aumentado 9,35% em dezembro, sofreu queda de 1,12% em janeiro. O efeito também foi sentido no preço da gasolina, que caiu 0,38% no mês passado. “Alguns estoques de álcool acabaram sendo liberados em janeiro, apesar do período da entressafra”, justificou Eulina Nunes.Também houve queda no preço das contas de energia elétrica (-0,53%) e nos artigos de vestuário (-0,08%). Por outro lado, um dos principais aumentos entre os produtos não-alimentícios veio das passagens de ônibus urbanos, com variação de 1,19% e dos intermunicipais, com reajuste médio de 1,18%.