Tarso Genro garantiu que morte de Jango está sob investigação, diz presidente da OAB

01/02/2008 - 16h01

Danilo Macedo
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O presidente da Ordemdos Advogados do Brasil (OAB), Cezar Britto, disse hoje (1º) que oministro da Justiça, Tarso Genro, lhe garantiu que ascircunstâncias da morte do ex-presidente da RepúblicaJoão Goulart, em 1976, estão sendo investigadas e, empoucos dias, algumas conclusões devem ser divulgadas.Adeclaração foi feita após cerimônia deabertura do Ano Judiciário de 2008, no Supremo TribunalFederal (STF), onde ambos conversaram sobre o assunto. Tarso Genro confirmou a informação, através de sua assessoria de imprensa.“O ministro nosassegurou que as investigações estão sendofeitas, foram ampliadas e, nesses próximos dez dias, ele terá uma informação complementar. Se a conclusãofor de que houve mesmo envenenamento, nós temos que fazer aapuração criminal dos assuntos”, informou Britto.As circunstâncias da mortede "Jango" voltaram a ser notícia recentemente, com indícios de que o ex-presidente teria sido envenenado, a partir de denúncias de seu filho João Vicente Goulart. Ele diz ter obtido a informação junto a um ex-agente do serviço de inteligênciado governo uruguaio, Mario Barreiro.O presidente da OABdiz ter pedido ao ministro da Justiça informaçõessobre as providências tomadas. Quanto à possível prescriçãodo crime, Britto alegou que caberá ao STF julgar a questão.“Na nossa avaliação,alguns crimes não prescrevem, principalmente o crime contra amemória do Brasil. Essa vai ser uma análise que o STFvai ter de fazer. A Argentina, por exemplo, revogou a Lei de Anistiae vários países assim fizeram”, declarou.Ao assumir a Presidência da Argentina, em 2003, o ex-presidente Néstor Kirchner criticou veementemente a violação de direitos humanos durante a ditadura militar no país. Em2005, com o fim das chamadas Leis do Perdão, a Corte Suprema daArgentina encerrou o congelamento de processos contra militares erepressores acusados de violar os direitos humanos.