Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - Pesquisa divulgada hoje (1º) pela Fundação Getulio Vargas (FGV) revela que os produtos e serviços relacionados ao carnaval subiram mais que a inflação nos últimos quatro anos: enquanto o Índice de Preços ao Consumidor (IPC-Brasil) variou 18,77% entre fevereiro de 2005 e janeiro de 2008, o IPC-Carnaval apontou alta de 25,05%.
O economista André Braz, do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre) da FGV, informou que a pesquisa engloba as taxas de variação dos 12 meses até a véspera de cada carnaval. E neste, destacou os aumentos em gás natural veicular (14,76%) e cigarros (10,50%).
No item cigarros, embora os preços sejam tabelados ao consumidor, o economista observou que houve reajustes em função da carga tributária. Na área de combustíveis, lembrou, "só neste ano o gás natural veicular já subiu quase 6% e a expectativa é de registrar novos aumentos no curto prazo".
Foram apuradas também altas no preços de hospedagem, que apresenta maior demanda nesta época do ano, “mas que no acumulado mostrou também aceleração de 18,74%”. André Braz disse que houve aumentos também nos preços de excursões, passagens aéreas e ônibus interurbano, o que "contribui para pressionar a inflação do carnaval”.
Da mesma forma, aumentaram os preços de instrumentos musicais – 2,65% neste ano – e nos serviços do setor de alimentação: refeição em restaurantes, 7,04%; chope consumido em bares e restaurantes, 6,61%; refrigerantes, 7,57%; e sanduíches, 8,72%.
No acumulado dos carnavais de 2005 a 2008, houve pressão maior nos preços dos serviços, com destaque para os 40,44% nos shows musicais. “Mas essa pressão vem um pouco associada ao aumento da renda das famílias em 2007, que gerou maior procura", avaliou. Segundo André Braz, essa procura faz com que os preços acabem acomodando algumas variações, muitas delas acima da média do período. “Enquanto houver um pouco mais de fôlego para consumir, esses preços vão continuar também subindo um pouco mais”, acrescentou, ao alertar que o setor de serviços é um dos maiores desafios para manter a inflação dentro da meta estabelecida pelo governo para este ano, que é de 4,5%;