Danilo Macedo
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O presidente da Comissão de Agricultura da Câmara dos Deputados, deputado Marcos Montes (DEM-MG), elogiou a decisão de hoje (31) do Conselho Monetário Nacional (CMN) de estender o prazo das dívidas de produtores rurais que venceriam no primeiro trimestre de 2008. Para ele, a atitude é positiva dentro do processo de renegociação da dívida rural. “É uma sinalização importante, mostrando que o setor [do agronegócio] vai merecer atenção do governo de forma consistente, como não ocorria antes”, afirma.Apesar de esperar uma definição em torno do prazo das dívidas no final do ano passado, Montes diz que as dificuldades do governo em obter recursos do orçamento foi responsável pelo adiamento. “Estamos ainda muito otimistas de que o governo vai apresentar algo compatível com o que o produtor rural merece, numa condição de dar a ele mais tranqüilidade de trabalho para pagar as suas dívidas e ter renda para que amanhã a gente não volte a discutir só dívida”, alega.Na avaliação do deputado, a valorização do agronegócio pelo governo é essencial para acelerar o crescimento da economia: “É momento de o governo entender que o setor do agronegócio é a grande arma para pensar num crescimento a curto prazo, com um percentual maior do que vem acontecendo e de forma sustentável”.Os detalhes da renegociação da dívida só devem ser divulgados pelo governo nos próximos dois meses, mas o secretário-adjunto de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Gilson Bittencourt, adiantou que os produtores rurais que devem menos terão mais benefícios do que os que devem muito. “No processo de renegociação que estamos estudando, teremos um diferencial para os produtores em função do tamanho da dívida, tentando beneficiar especialmente os que devem menos”, explicou.Segundo o secretário, a preocupação principal do governo é com as dívidas vinculadas ao governo e já renegociadas nas décadas de 1980 e 1990, que representam R$ 30 bilhões. Bittencourt, no entanto, afirmou que a renegociação não se concentrará na ampliação dos prazos. “O foco central não é um novo grande processo de renegociação com mais prazos, mas a tentativa de reduzir o endividamento agrícola”, argumentou.