Oficiais da PM do Rio querem negociar com o governador

31/01/2008 - 10h50

Isabela Vieira
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - Com o pedido de exoneração de 45 oficiais da Polícia Militar do Rio na noite de ontem (30), a corporação quer negociar. A Associação de Militares deve pedir hoje (31) ao governador Sérgio Cabral uma audiência para discutir as reivindicações da categoria.“Trata-se de um gesto de extrema boa vontade. Solicitaremos um canal de negociação para discutir a dignidade salarial de nosso militares”, disse o representante da associação, major Wanderby Braga, ao informar que um soldado ganha cerca de R$ 20 por dia.O oficiais da PM apresentaram os pedidos de demissão para protestar contra a troca na cúpula da polícia anunciada na última terça-feira. Com a mudança, saiu o coronel Ubiratan Ângelo do comando-geral da PM, substituído ontem pelo coronel Gilson Pitta Lopes.Insatisfeitos com a troca, os oficiais também vão pedir ao governador a exoneração do secretário de Segurança do Estado do Rio, José Beltrame, e a volta do coronel Ubiratan Ângelo ao posto de comandante-geral.“Nos posicionamos quanto à necessidade da exoneração de secretário de Segurança e o retorno do coronel Ubiratan Ângelo ao Comando-Geral da Polícia”, reivindica o major. Em entrevista à Agência Brasil, o major Wanderby disse que a manutenção do novo comandante geral da PM, coronel Gilson Pitta Lopes, deixa a categoria indignada e descrente.Segundo o major, o atual comandante participou do movimento denominado de Barbonos, que reivindica melhores salários. Por isso, havia se comprometido a recusar o posto no comando da polícia, caso fosse convidado. “Agora, ele não terá condições morais de conduzir a corporação”, critica Braga.A poucos dias do carnaval, a expectativa hoje é de que o movimento dos oficias descontentes com a nova cúpula da polícia ganhe força. Segundo a Associação de Militares a reunião realizada ontem contou com o dobro de participantes que a anterior.Ainda segundo o Major Braga, as tropas estão simpáticas ao movimento, o que pode aumentar a adesão de oficiais ao protesto. “Esperamos um efeito cascata, já que o comandante comanda pelo exemplo”, disse.