Justiça de Mônaco adia para fevereiro audiência de Cacciola

31/01/2008 - 16h33

Paula Laboissière
Repórter da Agência Brasil
Brasília - ACorte de Apelação do Principado de Mônacoadiou novamente a audiência que trataria do processo de extradiçãodo ex-banqueiro Salvatore Cacciola, preso desde odia 15 de setembro do ano passado. Oitaliano naturalizado brasileiro deveria ser julgado hoje (31).

Aaudiência já havia sido remarcada em dezembro do anopassado, quando a defesa de Cacciola alegou erros na traduçãodos documentos entregues para análise. Na época, aCorte indicou dois peritos para traduzir novamente o material, quefoi entregue apenas na última terça-feira (29), com cercade 553 páginas a serem traduzidas.

Aassessoria do Ministério da Justiça informou que o processo foi transferido para o dia 19 de fevereiro, quando se realizará apenas a audiência, e não o julgamento de Cacciola. Nadata prevista, serão entregues os dossiês daacusação e da defesa, mas a previsão doministério é de que o veredicto seja concedido doisdias depois.

Diante doadiamento, oadvogado do ex-banqueiro chegou a entrar com pedido de habeas corpusque, segundo a assessoria, foi negado pela Corte de Apelação.

SalvatoreCacciola estava foragido do Brasil desde 2000, depois de condenado a13 anos de prisão pelos crimes de peculato e gestãofraudulenta no Banco Marka, que provocou um rombo de mais de R$ 1,5bilhão aos cofres públicos do país.

Ele chegou a ficar preso por 45 dias, mas foi libertado apóster autorizado seu pedido de habeas corpus peloministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Marco AurélioMello. Cacciola usou a dupla cidadania para fugir para a Itália,onde se encontrava foragido até ser detido, em Mônaco, pelaInterpol.

O Brasil aguarda a decisão ea homologação do processo pela Corte italiana. Caso o resultado seja favorável à extradição,o ex-banqueiro deve cumprir o restante da pena no Brasil.