Redução de vazão na barragem de Sobradinho terá reflexos positivos, afirma diretor da Chesf

30/01/2008 - 20h01

Marco Antônio Soalheiro
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Apesar de reconhecerque a redução da vazão de defluência noreservatório de Sobradinho, na Bahia, determinada pela AgênciaNacional de Águas (ANA), causa transtorno às populaçõesribeirinhas na captação de água, o diretor deOperação da Companhia Hidro Elétrica do SãoFrancisco (Chesf), Mozart Bandeira Arnaud, disse hoje (30) que amedida é necessária para se evitar problemas futurosmais graves.“Eles (osribeirinhos) pagariam um preço maior se nãoadotássemos as medidas de segurança hídrica. Osreservatórios iam continuar caindo”, afirmou Arnaud, ementrevista à Agência Brasil. O diretor da Chesflembrou que em dezembro o volume útil do reservatóriode Sobradinho chegou a ser de apenas 12,5% e hoje já está em 21,8%, no que seria um reflexo das providênciaspreventivas: “A decisão de buscar acionar termelétricas,reduzir vazão e maximizar intercâmbios de energia entreas regiões é necessária e deve continuar”. Segundo Arnaud, a Chesfpromoveu desde dezembro reuniões com diversos usuáriosda bacia do São Francisco em quatro estados (Pernambuco,Sergipe, Bahia e Alagoas). E os alertou para a reduçãode vazão, que ocorreu também no reservatório deXingó (AL e SE). No últimosábado (26), a vazão mínima nos doisreservatórios foi reduzida de 1.300 para 1.200 metros cúbicos porsegundo e no sábado (2) chegará a 1.100 metros cúbicos por segundo. Arnaud explicou que amedida foi necessário devido à redução no nível, causada pelo volume de chuvas inferior à média história nos últimos meses de 2007. Houve, segundoele, “pequenos sinais de melhora” em janeiro, mas a vazãonos reservatórios do nordeste fecha o mês com 40% doideal histórico.A licença doInstituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e a resolução da Agência Nacional de Águas (ANA), que autorizaram a redução na vazão, prevêem apossibilidade de suspender a medida antes de 30 de abril, por decisão do Comitê deMonitoramento do Setor Elétrico. Arnaud, no entanto, disse não acreditar que isso venha a ocorrer: “No momento devemos continuar, porque émuito bom para o Nordeste a para o setor elétrico a busca dasegurança hídrica.”