Marcos Chagas
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O senador Edison Lobão Filho (DEM-MA) tomou posse hoje (30) e qualificou de "assunto menor" as denúncias de sonegação fiscal da ordem de R$ 42 milhões e da utilização de uma empregada doméstica como "laranja" na sociedade da empresa Bemar. Segundo ele, o caso seria um problema se a doméstica fosse sua funcionária."Seria complicado se a empregada doméstica fosse minha, mas ela é empregada doméstica dos sócios que hoje estão lá. Era empregada doméstica há 20 anos e continua empregada doméstica deles", afirmou. Lobão Filho argumentou, ainda, que transferiu sua parte aos seus ex-sócios que estão pagando todos os débitos.Lobão Filho não expôs os documentos prometidos e que supostamente comprovariam o não-envolvimento com as denúncias de sonegação fiscal. Ele afirmou que pretende apresentar esta documentação após o início dos trabalhos legislativos, na semana que vem. "Primeiro vou apresentar ao meu partido [DEM] e, depois, aos senadores".O parlamentar, 15º suplente a assumir uma cadeira de titular na atual composição do Senado Federal, afirma que o seu maior desafio, agora, será o de garantir uma desvinculação "amigável" do Democratas. Para ele, o partido fez um julgamento político  "por presunção" de que teria uma postura em relação ao governo federal.Lobão Filho afirma que recebeu, oficialmente, convites de filiação do PMDB, PTB e PR. "Eu acho que devo aguardar, devo conversar com vários parlamentares que são meus amigos e tenho que definir a minha situação real com o Democratas", acrescentou.O senador quer negociar o processo de desfiliação. Perguntado se receia que o DEM recorra ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) exigindo a vaga, Lobão Filho disse que a legislação garante o desligamento do partido "em caso de hostilidade e perseguição". "Esse desligamento, ao que parece, será amigável. Eu faço parte do PFL, agora Democratas, há 20 anos, não comecei na política ontem apesar de ser o meu primeiro mandato", completou.