Vinicius Konchinski
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - Os pastores Estevam Hernandes Filho e Sonia Haddad MoraesHernandes, líderes da Igreja Renascer em Cristo, serão processados por evasãode divisas e falsidade ideológica.O juiz Márcio Rached Millani, da 6ª VaraCriminal Federal de São Paulo, especializada em crimes contra o sistemafinanceiro, aceitou na segunda-feira (28) a denúncia feita pela o MinistérioPúblico Federal (MPF) contra os dois e os incluiu como réus de uma ação penal queserá analisada pela Justiça brasileira.Segundo um comunicado divulgado hoje (30) pelo MPF, ospastores terão de explicar por que não declaram os US$ 56.467 que levavamna bagagem quando viajaram de São Paulo para Miami, nos Estados Unidos, em janeirodo ano passado.De acordo com o MPF, a Lei 9.069, de 1995, prevê que, tanto na entrada quanto na saída do país, éobrigatório declarar à Receita Federal o porte de moeda estrangeira quando omontante supera o equivalente a R$ 10 mil.Na ocasião da viagem, o casal foi revistado no aeroporto de Miamie preso pela polícia norte-americana, que encontrou parte dos dólaresnão-declarados em uma bíblia e em um porta-CDs. Os pastores foram condenados pelaJustiça dos EUA por “contrabando de dinheiro” e atualmente cumprem pena no país.Segunda a Justiça brasileira, o casal deve ser interrogadoem junho deste ano. Não foi informado, no entanto, quais serão as medidasnecessárias para que eles sejam ouvidos, já que o casal não pode deixaros EUA.Em nota divulgada pela assessoria imprensa da IgrejaRenascer, os pastores informaram estar “surpresos” com a notícia sobre oprocesso. Na nota, o advogado do casal, Flávio Borges D’Urso, afirma que aacusação do Ministério Público Federal não procede. “O problema enfrentado pelo casal dos EUA jáfoi alvo de acordo com o governo norte-americano. Isso que resultará naresolução definitiva do mesmo, não devendo ter ele qualquer repercussãoadicional no Brasil”, diz o texto.Estevam Hernandes e Sonia Hernandes respondem também a umoutro processo no Brasil, por sonegação de impostos. Na ação, a empresa RGCProduções, que pertence ao casal, teria omitido depósitos recebidos de origemdesconhecida para pagar menos tributos.