Funasa conta com apoio das Forças Armadas para iniciar operação no Vale do Javari

30/01/2008 - 15h31

Marco Antônio Soalheiro
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A Marinha, o Exércitoe a Aeronaútica devem colaborar com soluçõeslogísticas na operação planejada pelo governofederal para atender as populações indígenas doVale do Javari (AM), atingidas por doenças como a hepatite,malária e tuberculose.O apoio já foi tratado em umareunião entre representantes da FundaçãoNacional de Saúde (Funasa) e do Ministério da Defesa,segundo informou ao programa Amazônia Brasileira, daRádio Nacional da Amazônia, opresidente em exercício da Funasa, Josenir Nascimento.“Solicitamosaeronaves para entrarmos na área de forma mais eficiente. Hojeusamos barcos que levam até 22 horas para chegar emdeterminados lugares”, adiantou Nascimento. “A Marinha vaiantecipar a embarcação do navio Carlos Chagas, parapegar o rio cheio e descer mais adentro, atingindo o máximo dealdeias possível.” Nascimento disse que o Ministério da Defesa já recebeu pedidos específicos para enviode barracas de campanha e equipamentos próprios para acamparna mata. Ele ressaltou o envolvimento de autoridades e profissionaisde saúde do município de Atalaia do Norte (AM) e doestado do Amazonas no planejamento da operação. Partedo hospital de Tabatinga deve ser cedida pelo Exército paraatender demandas emergenciais da operação e o governoestadual já está comprometido a transferir profissionaispara fortalecer o atendimento. A idéia daFunasa é que o município de Cruzeiro do Sul, no Acre,também funcione como base operacional. O Rio Javari, que dánome à terra indígena, é também o marcode fronteira do Brasil com o Peru e a Colômbia. O localconcentra o maior número e a maior diversidade de grupos deíndios isolados do país. Dos 69 grupos conhecidos pelaFundação Nacional do Índio (Funai), 16 estãono Javari.O presidente da Funasaadmitiu ainda a intenção de convencer o Ministérioda Justiça a autorizar a construção de mais trêspistas de pouso em aldeias do Javari, além da adeqüaçãode outras já existentes. Pela lei, a proteção das terrasindígenas compete à Funai, com o apoio da PolíciaFederal, ambas subordinadas ao ministério.“Para a vigilância e para asaúde precisa de pista. A necessidade não é sóda Funasa, mas da Funai e do Ibama [Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e RecursosNaturais Renováveis] também”. A previsão deJosenir Nascimento é de que, em virtude de questõesburocráticas, a operação para atendimento de saúde noVale do Javari comece de forma efetiva no mês de março,quando deve se iniciar a visitação nas aldeias. Emabril, o governo pretende lançar uma grande campanha nacionalde vacinação indígena. “A idéia élançar [a campanha] em Tabatinga, para representar a vontadepolítica do governo em solucionar as demandas do Vale doJavari”, ressaltou o presidente da Funasa.