Dirigente do Banco Central sugere que famílias busquem opções mais baratas de crédito

29/01/2008 - 13h43

Kelly Oliveira
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O aumento da alíquota do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) e acrise no mercado internacional devem levar à redução do ritmo docrescimento do volume de crédito neste ano, enquanto as taxas de juros deixarão de cair da mesma forma como vinha acontecendo em 2007. A expectativa édo chefe do Departamento Econômico do Banco Central, Altamir Lopes.  Com esse cenário, o chefe do Departamento Econômico do Banco Centralsugere que as famílias busquem as opções mais baratas de crédito.“Crédito é bom quando você tem necessidade. Principalmente quando seestá endividado a taxas mais elevadas, buscar alternativas de créditomais baratas e sempre negociar com as instituições financeiras, porquede repente há espaço para negociação e para redução de custos por partedas instituições financeiras.”Segundodados divulgados hoje (29) pelo Banco Central, o crédito cresceu 27,3%no ano passado. Para 2008, Lopes lembrou que a expectativa de mercado éde crescimento entre 20 e 25%. A relação entreo volume de crédito (R$ R$ 932,311) e o Produto Interno Bruto (PIB),soma de todas as riquezas produzidas no país, ficou em 34,7%, o índicemais elevado desde maio de 1995 (35,1%). Lopes lembrou que o crédito éimportante para o consumo de bens duráveis, aqueles de maior valor. Nocaso da taxa cobrada de pessoas físicas, a redução foi de 8,2 pontospercentuais em 12 meses e ficou em 43,9% ao ano, a menor de 1994. Ataxa média de juros (empresas e pessoas físicas) totalizou 33,8% aoano, a menor desde 2000.“No que diz respeito ataxas, já não se tem espaço para tantas reduções e, se levarmos emconsideração um menor espaço para redução de taxas, é de se esperartambém um crescimento menor no volume de crédito”, disse Lopes.No início deste ano, o governo aumentou as alíquotas do IOF e da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) das instituições financeiras, para compensar perdas com o fim da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF). Segundo especialistas, com isso, as operações de crédito feitas por pessoas físicas ficaram mais caras.