Confrontos entre etnias deixam mais 30 mortos no Quênia

29/01/2008 - 17h18

Ana Luiza Zenker*
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Desde ontem (28), mais de 30 pessoas morreram em vários pontos do Quênia e a situação está tensa na capital, Nairóbi, onde a polícia tenta controlar confrontos entre etnias. Três pessoas foram assassinadas no bairro de Kibera, em Nairóbi, todas da etnia luo, a mesma do candidato da oposição à presidência do país, Raila Ondinga.Segundo o último balanço da polícia, 30 pessoas morreram de forma violenta desde a noite de segunda-feira nas cidades de Eldoret, Naivasha, Naikuru, Kisumu e Nairóbi. O total de mortos no país desde o início da crise política, em 27 de dezembro, supera os 900. O candidato da oposição, Raila Odinga, não aceita o resultado da votação que garantiu a reeleição do presidente Mwai Kibaki e afirma que houve fraude eleitoral.Estava prevista para hoje (29) uma segunda reunião entre o governo queniano, liderado por Kibaki, e a oposição. Ainda não se sabe se o encontro contou com a presença de Kibaki e do candidato de oposição, Raila Odinga. Os encontros foram facilitados pela equipe de mediadores dirigida pelo ex-secretário geral da Organização das Nações Unidas (ONU) Kofi Annan.Ainda ontem (28), a União Européia (UE) ameaçou reduzir a ajuda ao país se as duas partes em conflito não encontrarem “uma solução política duradoura e consensual”, segundo declaração dos ministros dos Negócios Estrangeiros dos 27 países que participam do bloco. O Fundo Europeu do Desenvolvimento prevê a transferência de 383 milhões de euros para o Quênia entre 2008 e 2013.“Preocupados com a incerteza, a instabilidade e a grave crise”, desencadeadas pela eleição presidencial de 27 de dezembro, os ministros consideram que “até que uma solução seja encontrada, a UE e os Estados membros não podem continuar a relação [com o Quênia] como se nada se tivesse passado”.