Previdência e Bolsa Família elevaram a renda do nordestino, diz pesquisadora

06/01/2008 - 15h54

Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - As transferências de recursos da Previdência e deprogramas sociais do governo federal, com destaque para o BolsaFamília, explicam o crescimento da renda familiar média no Nordeste nosúltimos anos, conforme avaliação da economista Tania  Bacelar, daUniversidade Federal de Pernambuco.Bacelar explica que, embora represente apenas 28% dapopulação brasileira, o Nordeste detém 42% da população economicamente ativa(PEA) agrícola do Brasil, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia eEstatística (IBGE). “Como a Previdência transferiu a previdência para o mundorural, o Nordeste tem um peso maior na população rural. O primeiro impactoveio da Constituição de 88,  no começo dos anos  90”,justifica.O segundo elemento que impulsionou o aumento da rendafamiliar na região foi o Bolsa Família, que  passou de R$ 2 bilhões ao anopara R$ 10 bilhões ao ano.  Tania Bacelar  explicou que apesar daregião ter 28% da população nacional, ela concentra a metade dos pobres doBrasil. “Então ela capta a metade do volume transferido no Bolsa Família”.A professora da UFPE avaliou que outro fator quecontribuiu para o desempenho positivo do Nordeste nos últimos anos foi oaumento real do salário mínimo. “De novo, o Nordeste tem 28%  dapopulação, mas tem a metade dos trabalhadores que ganham salário mínimo noBrasil. Então, tem  um impacto diferenciado”, constatou.O quarto fator que influenciou o crescimento da regiãoem níveis comparáveis aos da China, na avaliação da professora,  foi oaumento do emprego formal. “O Nordeste está tendo uma participação importantenesse aumento do emprego”. Bacelar acredita que a tendência é de continuidadedo aumento da renda familiar média do nordestino nos próximos anos. “O que vaidiminuir, avaliou, é o impacto do Bolsa Família, que foi muito significativo. Ogoverno está pensando em fazer algumas extensões, mas eu acho que oimpacto  principal já ocorreu”.