Marco Antônio Soalheiro
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Em entrevistacoletiva concedida na manhã de hoje no aeroporto da cidade deVillavicencio, o alto comissário para a paz, Luis CarlosRestrepo, informou que o governo da Colômbia estáempenhado em colaborar integralmente com operaçãohumanitária que busca a libertação pelas ForçasArmadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) dos refénsClara Rojas, seu filho Emmanuel, nascido durante o cativeiro, eConsuelo González. A expectativa é que eles sejamsoltos até o fim do dia. “Tudo está disposto por parte do GovernoColombiano. Estamos à espera da decisão do ComitêInternacional da Cruz Vermelha para o início da operaçãoe se eles pedirem alguma garantia adicional, as instruçõesque eu tenho, como coordenador da operação na Colômbia,não são diferentes de atender de maneira imediata”,afirmou Restrepo. O conteúdo da entrevista foi divulgado napágina oficial do governo colombiano. O funcionário disse ainda que o governo nãofixou prazo para o cumprimento da operação e queautorizou ao governo venezuelano o sobrevôo com aeronavespróprias em território colombiano. Um deles traria deCaracas para Villavicencio o ex-ministro Ramón RodríguezChacín, coordenador da operação, por parte daVenezuela. Segundo Restrepo, “o único interesse” éa liberação dos seqüestrados e “não hálimite de tempo” para concretizar a tarefa.A liderança da OperaçãoEmmanuel está cargo do presidente da Venezuela, Hugo Chávez.Ainda integram o grupo emissários de sete países,funcionários do governos colombiano e venezuelano e membros daCruz Vermelha. A estratégia traçada prevê quehelicópteros da missão identificados com o emblema daCruz Vermelha vão se deslocar de Villavicencio até umponto da selva determinado pelas Farc para a entrega dos reféns.Em entrevista concedidahoje (30) à Agência Bolivariana de Notícias(ABN), da Venezuela, Iván Rojas, irmão da refém Clara Rojas, disse estar otimista quanto ao desfecho da OperaçãoEmmanuel, uma vez que o governo colombiano tem atendido assolicitações da Venezuela e prometeu nãointervir.Iván tambémdefiniu como uma “mostra de consciência” a declaraçãodo comissário Luís CarlosRestrepo de que a operação não tem prazopara se concretizar: “Me parece muito bom, porque já estamosnos dando conta de que essa não era uma operaçãode horas, mas sim de dias.”Já a mãeda refém, Clara González de Rojas, afirmou que nãoconhece detalhes sobre o estado de saúde da filha, mas esperacom calma a libertação: “Já esperamostanto por este momento que não vale a pena nos desesperaragora”.