Kelly Oliveira
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O processoinflacionário nunca começa de forma difusa, ou seja, noinício se observa aumento nos preços em alguns setores, em seguida passa para outros produtos, até que se generaliza, explicou o diretor de PolíticaEconômica do Banco Central, Mário Mesquita.Segundo ele,não é somente o setor de alimentos que pressiona ainflação atualmente, mas também o segmento de serviços.“Alimentos têm sido parte dessa história, mas não étoda a história”, disse, hoje (27), ao apresentar oRelatório Trimestral de Inflação. “Serviçosvoltaram a se acelerar e serviços você nãoconsegue importar”, afirmou.Para decidir sobre a taxabásica de juros, a Selic, o Comitê de PolíticaMonetária (Copom) leva em consideração atrajetória de inflação. Para este e os próximosdois anos, o centro da meta de inflação é de4,5%. No Relatório de Inflação divulgado hoje, aprojeção do Banco Central é que a inflaçãochegue ao final de 2007 e 2008 em 4,3% e em 4,2% no fim de 2009.De acordo com Mesquita,a expectativa de inflação é gerada por aumentoda procura por produtos e serviços, com economia aquecida. “Aatividade econômica no Brasil encontra-se de forma clarabastante aquecida. Isso cria um ambiente no qual certo repasse depreços torna-se mais provável. O banco central trabalhapara manter a inflação em trajetória consistentecom as metas. E continua trabalhando neste sentido em 2008”, disse.O diretor disse aindaque o Brasil está menos vulnerável às crisesexternas. “A economia brasileira está mais resistente achoques externos. O câmbio flutuante é a principal linhade defesa dessa economia para este tipo de choque. Vamos ver o quevai acontecer com a economia mundial em 2008”. Segundo ele, nosanos 90 o Brasil sofria muito mais com problemas externos, como acrise imobiliária americana.