Indústria de bens de capital estima crescimento de até 12% em 2008

20/12/2007 - 19h12

Vinicius Konchinski
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - A indústria de bens de capital espera que seu faturamento cresça de 10% a 12% no ano que vem, na comparação com os resultados desteano.De acordo com as projeções divulgadas hoje (20) pelaAssociação da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), a soma do ganho das empresas do segmento em 2008 deve chegar a R$ 65 bilhões,contra cerca de R$ 60 bilhões de 2007.Embora as previsões da Abimaq para 2008 sejam otimistas, ocrescimento estimado deve ser menor que os 13,2%esperados para este ano.Para Luiz Aubert Neto, presidente da Abimaq, a valorizaçãodo real frente ao dólar, a alta da taxa básica de juros (Selic) e a elevada carga tributária devembarrar um desempenho mais consistente do segmento.Segundo ele, as condições da economia têm feito comque o setor perca a competitividade diante de concorrentes internacionais. Na décadade 1980, por exemplo, o Brasil era o 5º país no ranking de produção de bensde capital. Hoje, é o 14º.Em entrevista coletiva promovida pela associação, Aubertpediu uma nova política industrial para o país, que ponha as empresasbrasileiras em “isonomia” com as estrangeiras. “Somos o único país do mundo quetributa bens de capital”, afirmou.Dados da Abimaq apontam que as importações têmcrescido em ritmo mais acelerado do que o das exportações, fazendo com que abalança comercial do setor atinja um déficit recorde de R$ 4 bilhões. “O Brasilcorre o risco de virar um exportador só de matéria-prima e commodity, eimportador de produtos com valor agregado mais alto. Não tem reserva queagüente isso”, defendeu Aubert Neto.