Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - O vice-presidente daCâmara Brasileira da Indústria da Construção(CBIC), José Carlos Martins, considerou como “dentro damargem de variação” o Índice Nacional daConstrução Civil (INCC) de novembro, de 0,48%. O índice, quemede a inflação no setor, foi divulgado nestaterça-feira (11) pelo Instituto Brasileiro de Geografia eEstatística (IBGE).Na avaliaçãode Martins, nenhum dos números apresentados detecta pressãosobre a inflação. “Esses números deixam claroque isso [inflação] não estáacontecendo. Não há risco, portanto, de inflaçãopor causa da construção civil”, afirmou.Mas segundo odiretor-executivo do Sindicato da Indústria da ConstruçãoCivil do Rio de Janeiro (Sinduscon, Antonio Carlos Mendes Gomes,tanto a alta acumulada até novembro no INCC calculado peloIBGE (5,28%) como no INCC do Índice Geral dePreços-Disponibilidade Interna da FundaçãoGetulio Vargas (5,53%), já são superiores aos índicesfechados do ano passado de 5,13% e 5,04%, respectivamente.“A gente nota umatendência de alta razoável nos níveis atuais. Dequalquer forma, a gente entende que houve uma certa excitaçãode mercado com a construção habitacional no paístodo batendo recorde em crédito imobiliário. Depois detantos anos de baixa produtividade e baixo desempenho, a construçãoimobiliária se fortaleceu”, explicou Gomes. O diretor do Sindusconargumentou, no entanto, que o aquecimento da demanda gera oportunidades paradeterminados especuladores “exagerarem um pouco” em termos depreço.Gomes acredita, porém,que esse movimento de alta tende a refluir e se estabilizar em umnível mais razoável. Como o mês de dezembro étradicionalmente menos aquecido e movimentado para o setor daconstrução, ele acredita que o ano de 2007 poderáfechar com um INCC acumulado entre 5,7% a 5,8%. Para 2008, ele acreditaque os números poderão se manter nesse patamar, einclusive cair um pouco porque “há capacidade instaladasuficiente para atender à elevação da demanda emdiversos materiais e é também uma oportunidade de seinvestir na ampliação dos parques industriais. Porisso, eu não vejo como riscos para o ano que vem maisampliação [do mercado]”.