Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - O orçamento realizado (recursos gastos) da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), do Ministério da Ciência e Tecnologia, deve chegar este ano a R$ 2 bilhões, envolvendo recursos do Orçamento Geral da União, provenientes do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT), mais recursos reembolsáveis de outras fontes. A informação foi dada hoje (7) à Agência Brasil pelo diretor financeiro da estatal, Fernando Ribeiro.
No ano que vem, a estimativa é que o orçamento da Finep suba para R$ 2,5 bilhões, podendo chegar a R$ 2,8 bilhões, segundo informou o presidente da estatal, Luis Fernandes, durante solenidade de assinatura de convênio entre a Finep e diversas instituições de ensino e pesquisa. Segundo Fernandes, o orçamento do próximo ano será recorde histórico na Finep.
O ministro da Ciência e Tecnologia, Sergio Rezende, comentou que a Finep “está trabalhando com um orçamento que é mais de dez vezes superior ao que tinha no ano 2000, por exemplo”. Rezende disse que os recursos do FNDCT autorizados para a Finep estão aumentando significativamente. De R$ 1,1 bilhão, no ano passado, subiram para R$ 1,6 bilhão este ano.
“A Finep tem feito editais, chamadas para selecionar projetos em muitas áreas, entre eles projetos de subvenção econômica para empresas. Pela primeira vez, estamos podendo financiar de maneira não reembolsável pesquisa, desenvolvimento e inovação nas empresas, mas em áreas de interesse estratégico para o governo”, destacou Rezende.
O ministro informou que em 2008 a Finep terá mais instrumentos para apoiar a inovação nas empresas. A estatal passará a ter recursos de subvenção, que é o aporte não-reembolsável, para empresas e incubadoras de empresas. "Empresas que estão em um ambiente de desenvolvimento e que não têm tido recurso específico. Vai ter recursos para capital de risco, para subvenção em competições nacionais e para apoiar o sistema de C&T [ciência e tecnologia] nas universidades e centros de pesquisa. Ou seja, vai cobrir toda a gama de ações que se precisa ter para apoiar a ciência mas, principalmente, para fazer com que a ciência contribua para gerar riqueza e desenvolvimento econômico”, afirmou .
Segundo Fernando Ribeiro, o principal desafio da Finep no próximo ano é garantir uma grande mobilização nos estados. O governo pretende descentralizar sua atuação junto aos estados porque a entidade estadual, muitas vezes, é que está mais próxima da realidade e conhece melhor as demandas locais. Para programas nacionais, entretanto, a atuação permanecerá centralizada. Quanto aos programas de âmbito estadual e regional, esclareceu, “a idéia é atuar fortemente em parceria com os estados”.
O segundo desafio são as dimensões dessa atuação. Ribeiro explicou que à medida que o orçamento aumenta e a empresa ganha escala, é preciso concentrar a atuação em grandes programas. O terceiro desafio é a eficiência operacional. Como o orçamento da Finep em 2008 será dez vezes maior do que em 2003, Ribeiro disse que será preciso “repensar os processos internos e investir muito esforço e tempo da administração para ganhar eficiência operacional e atender melhor os clientes de maneira geral, sejam universidades, empresas e institutos de pesquisa”.
Além disso, afirmou, não está descartada a realização de novo concurso para contratação de pessoal qualificado. Ribeiro informou que a Finep está concluindo negociação com o Ministério do Planejamento para ampliar entre 10% e 15% o quadro de pessoal em 2008. Também estão incluídas no projeto medidas de capacitação, treinamento e formação de pessoal.