Yara Aquino
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Ao discursar em Macapá, capital do Amapá, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que há uma parte do Senado que não quer que o "país dê certo". O presidente defendeu a prorrogação da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF) e criticou parlamentares que, segundo ele, querem prejudicar os mais pobres. “Estamos percebendo agora, lá no Senado Federal, que tem algumas pessoas, não todas, dos partidos de oposição que não querem e não aceitam que esse país dê certo. E muito menos admitem o sucesso de um torneiro mecânico na presidência da República”. Lula disse ainda que os senadores que querem prejudicá-lo devem encontrar uma forma que não atinja o povo. “Os senadores que não querem que o país dê certo, que tentem me prejudicar de outra forma, subam na tribuna e passem 24 horas direto falando mal de mim, mas não prejudiquem a parte mais pobre desse país que no fundo será a beneficiária da CPMF”.O presidente afirmou que as pessoas que não querem aprovar a CPMF são as que pretendem continuar sonegando. “Os que são contra esse imposto são aqueles que adorariam poder sonegar como sonegaram a vida inteira nesse país”. Durante o discurso Lula falou também sobre o bom momento que o Brasil atravessa e que alguns torcem por uma crise para que possam tirar proveito. “Quero dizer para esses que pensam assim, o Brasil não vai ter crise, façam o que quiserem fazer, esse país vai continuar crescendo.” Na cerimônia no Amapá, onde foi assinado decreto em que a União transfere 3,8 milhões de hectares de terras para o estado, também estava presente o senador José Sarney (PMDB-AP). Cotado para assumir a presidência do Senado, Sarney foi elogiado por Lula. “Sarney tem sido um companheiro nos momentos mais difíceis, companheiro de todas as horas”. Ontem (6), durante discurso no Pará, o presidente Lula disse que se tiverem “juízo” os senadores votam a prorrogação da CPMF.