Questões maiores em Bali aguardarão ministros, avalia secretário da convenção sobre o clima

06/12/2007 - 13h48

Luana Lourenço
Enviada especial
Bali (Indonésia) - No quarto dia daConferência das Partes sobre o Clima(COP-13), o secretário da Convenção-Quadro daOrganização das Nações Unidas sobreMudança Climática (UNFCCC, na sigla em inglês),Yvo de Boer, avalia positivamente os trabalhos, apesar de reconhecerque as questões fundamentais deverão ficar pendentesaté a o início da parte ministerial da COP, naquarta-feira (12).Nessa etapa, osnegociadores técnicos darão lugar aos ministros deEstado nas decisões. O secretário destacou osresultados das discussões sobre transferência detecnologia e cooperação, ocorridas nos grupossubsidiários como resultados positivos dos primeiros dias daconferência. "No início, os países mostraramque têm noção da necessidade de urgêncianas ações, das mensagens apontadas pelo relatóriodo IPCC [Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas]e do fato de que Bali realmente precisa mudar o processo daqui emdiante", afirmou Boer, que falou hoje (6) à AgênciaBrasil em rápida conversa nos corredores da COP."A reduçãode emissões por desmatamento e o fundo de adaptaçãotambém são temas importantes que eu esperava verresolvidos antes da chegada dos ministros, mas talvez isso nãová ser possível", comentou.Em relaçãoao Brasil, Boer afirmou que o país participa de forma "muitoconstrutiva" das negociações. Ele citou a chamadaproposta brasileira e disse que a delegação vem sendo"muito enfática" em defender que o desmatamento éuma parte do problema das emissões mundiais de gases deefeito estufa, e não principal fator."Acredito que adelegação brasileira está buscando um melhorentendimento sobre o que eles estão propondo exatamente.Porque, no momento, as pessoas estão falando de conservaçãode florestas, desmatamento evitado e reflorestamento sustentávelcomo se fossem a mesma coisa", avaliou. Sobre os possíveisresultados desta COP, Yvo de Boer afirmou que se as negociaçõesem Bali não definirem o "mapa do caminho" –roteiro para definição do futuro regime de mudançasclimáticas pós-Protocolo de Quioto – o encontro terásido "um desastre". "A comunidade científicanos deu o alerta de que temos que agir agora, de que os políticostêm que providenciar uma resposta para a questão [doaquecimento global]", concluiu.